outra travessia: Anúncios
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<p align="justify">A <em>outra travessia</em> tem como missão difundir reflexões atuais sobre temáticas relacionadas aos campos da Literatura e da Teoria Literária. Recebe originais de artigos e ensaios relativos a esses campos, assim como resenhas de livros, entrevistas, traduções. O fluxo de edição se dá por chamadas de publicações temáticas, abertas duas vezes ao ano.</p> <p align="justify">Publica: originais de artigos, ensaios, resenhas de livros, entrevistas e traduções. </p> <p align="justify">Idiomas: português; inglês; espanhol.</p>pt-BRchamada para submissão de artigos: Dossiês 2024: "Tecendo futuros. Utopias e distopias contra/coloniais" | "Arte retórica, literatura & outras artes"
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<p><strong><em>outra travessia </em>2024 | chamada de artigos</strong></p> <p><strong>1) Dossiê: Tecendo futuros. Utopias e distopias contra/coloniais<br></strong>Editoras: Danae Gallo González, Susanne Grimaldi, Mylena Lima de Queiroz, Romana Radlwimmer.<br>Prazo para submissão de artigos (<a href="https://periodicos.ufsc.br/index.php/Outra/about/submissions">diretrizes de submissão</a>): <strong>28 de fevereiro de 2024.</strong></p> <p><strong>2) Dossiê: Arte retórica, literatura & outras artes<br></strong>Editores: André Fiorussi, Deolinda de Jesus Freire.<br>Prazo para submissão de artigos (<a href="https://periodicos.ufsc.br/index.php/Outra/about/submissions">diretrizes de submissão</a>): <strong>15 de abril de 2024</strong><strong>.</strong></p> <p><strong>3) Outros temas<br></strong>Artigos de temática variada que se enquadrem no escopo da revista.<br>Prazo para submissão de artigos (<a href="https://periodicos.ufsc.br/index.php/Outra/about/submissions">diretrizes de submissão</a>): <strong>22 de abril de 2024</strong><strong>.</strong></p> <p> </p> <p><strong>descrição dos dossiês</strong></p> <p><strong>1) Dossiê: Tecendo futuros. Utopias e distopias contra/coloniais</strong></p> <p>Editoras:<br>Danae Gallo González (Justus-Liebig-Universität Gießen), <a href="mailto:Danae.Gallo-Gonzalez@romanistik.uni-giessen.de">Danae.Gallo-Gonzalez@romanistik.uni-giessen.de</a><br>Susanne Grimaldi (Technische Universität Dresden), <a href="mailto:susanne.grimaldi@tu-dresden.de">susanne.grimaldi@tu-dresden.de</a><br>Mylena Lima de Queiroz (Universidade Federal da Paraíba), <a href="mailto:myi@hotmail.com.br">myi@hotmail.com.br</a><br>Romana Radlwimmer (Goethe-Universität Frankfurt), <a href="mailto:radlwimmer@em.uni-frankfurt.de">radlwimmer@em.uni-frankfurt.de</a></p> <p>Diz o pensador contracolonial Antônio Bispo dos Santos (2023) que o colonialista tem como primeira atitude renomear. No romance distópico<em> Porco de Raça </em>(2021), de Bruno Ribeiro, um professor nordestino negro é chamado de “Porco Sucio”, precisando utilizar uma máscara de porco para lutar em um ringue clandestino, para o deleite de um público de forte influência política - parte da elite econômica global. Este mercado humano busca apagar o passado do protagonista, objetificar o seu presente e anular a possibilidade de tecer o seu futuro. A distopia de Ribeiro aponta para o projeto imperial que, desde a Idade Moderna, tentou recriar um estado paradisíaco e desenhar futuros eurocristãos, construindo o “novo mundo” como “folha em branco” (TODOROV, 1987; LIENHARD, 1992). Parafraseando Foucault, tais utopias foram uma terrível “distopia realizada” (FOUCAULT, 2003) para os povos da América Latina e Caribe com legados até hoje. Nesse sentido, a estruturação colonial do mundo posiciona os sujeitos periféricos no limite inferior da hierarquia étnico-racial, desvalorizando a sua produção de conhecimento (BALLESTRIN, 2013; RUBBO, 2018).</p> <p>No entanto, os povos que os colonizadores queriam subjugar sempre encontraram formas de resistir, subverter, questionar, opor-se ao “sistema-mundo colonial-moderno” (MIGNOLO, 2007). São estas articulações e estratégias que, para este dossiê, abordamos com a ideia de “tecer futuros”. Resistindo à imaginação destes povos como verdadeiros colonizados, Antônio Bispo adverte: “Eu sou quilombola, não fui colonizado […] se você foi colonizado [...], você vai precisar lutar para se descolonizar […]. Então, no meu caso, eu tenho que contracolonizar – contrariar o colonialismo” (BISPO <em>apud</em> ABUD, 2023). Assim, os estudos contracoloniais surgem como um complemento às propostas decoloniais que se baseavam no diagnóstico de lógicas eurocêntricas e no resgate de conhecimentos subalternizados. Os estudos contracoloniais centram-se na prática e nas vivências indígenas ou quilombolas de cosmopercepção de um “modo agradável de viver” e suas expressões nas artes, que entram em disputa com a compreensão de cultura enquanto eurocentrada.</p> <p>No século XXI, a crise do eurocentrismo coincide com a projeção de um “futuro como catástrofe” (HORN, 2014) – “apocalítico” – que se preocupa pela vida desperdiçada e pelos recursos desgastados em empresas neocoloniais ou neoliberais, explícitas ou sub-reptícias, ativando a dor dos seus tecidos cicatrizados (MARTINS, 2021; KRENAK, 2019). O ato de tecer não é necessariamente inocente, podendo estar inserido em práticas de violência colonial e/ou heteropatriarcal, cosidas de maneira literal ou metafórica nos corpos, explicitando desigualdades, como nos sistemas de pigmentocracia ou colorismo (WALKER, 1982). Mas o tecer e o tecido – e o campo semântico em seu entorno: fiação, tecelagem, entrançamento, rendas, nós, tricotagem, bordados e costura – também fazem referência a contextos sociais, cosmológicos e orgânicos não-eurocentrados. Sem romantizar “outras” técnicas culturais, o tecido refere-se simbolicamente ao destino e ao tempo, à habilidade do trabalho manual, às relações afetivas e às estruturas literárias (BUTZER e JACOB, 2021). O ato de tecer contraria e distorce a colonialidade – como os quipus, um sistema de comunicação andino através de nós, ou o trançar erva-doce da botânica Robin Wall Kimmerer (2013). Tecer baseia-se na presença e na solidariedade, interrompindo a distância intelectual entre sujeito e objeto: “The classic disciplines always ask us to be disembodied artists, disembodied authors and theorists” (KILOMBA, 2017). Neste dossiê, convidamos explicitamente contribuições moldadas com nossos corpos e nossa memória, afirmando-nos como agentes performativos, e propondo a escrita acadêmica e artística em primeira pessoa. Assim, pretendemos discutir as aplicações metafóricas ou concretas da “tecelagem” dos futuros contra/coloniais, e os traços utópicos e distópicos que essas visões do futuro assumem em obras literárias e em outros formatos.</p> <p>Convidamos a submeterem seus<strong> artigos</strong> (25.000- 50.000 caracteres) à <em>outra travessia </em>(<a href="https://periodicos.ufsc.br/index.php/Outra/about/submissions">diretrizes de submissão</a>).<br>Prazo para submissão: <strong>28 de fevereiro de 2024.</strong></p> <p>Bibliografia</p> <p>ABUD, Marcelo. <em>O que é contracolonial e qual a diferença em relação ao pensamento decolonial?</em> Em: Instituto Claro. Educação. 21 de março, 2023. Disponível em: <a href="https://www.institutoclaro.org.br/educacao/nossas-novidades/podcasts/o-que-e-contra-colonial-e-qual-a-diferenca-em-relacao-ao-pensamento-decolonial/">https://www.institutoclaro.org.br/educacao/nossas-novidades/podcasts/o-que-e-contra-colonial-e-qual-a-diferenca-em-relacao-ao-pensamento-decolonial/</a><br>BALLESTRIN, Luciana. “América Latina e o giro decolonial”. <em>Revista Brasileira de Ciência Política</em>, nº11. Brasília, maio - agosto de 2013, pp. 89-117.<br>BUTZER, Günter e JACOB, Joachim. “Gewebe“, em <em>Metzler</em>-<em>Lexikon literarischer Symbole</em>, vol. 3, ed. Günter Butzer und Joachim Jacob. Metzler, 2021: 149-151.<br>FOUCAULT, Michel. “Andere Räume”. Tradução de Walter Seitter. Em Moravánszky, Ákos (ed.): <em>Architekturtheorie im 20. Jahrhundert. </em><em>Eine kritische Anthologie.</em> Springer, 2003, pp. 549-556. <br>HORN, Eva. <em>Zukunft als Katastrophe. Warum wir unsere Zukunft schwarz malen</em>. Fischer, 2014.<br>KILOMBA, Grada. “The Most Beautiful Language”, em<em> Exhibition Catalogue</em>. Lisboa: EG-EAC, 2017.<br>KRENAK, Ailton. <em>Ideias para adiar o fim do mundo.</em> Companhia das Letras, 2019.<br>LIENHARD, Martin (ed.). <em>Testimonios, cartas y manifiestos indígenas. (Desde la conquista hasta comienzos del s. XX).</em> Biblioteca Ayacucho, 1992.<br>MARTINS, Leda Maria. <em>Performances do tempo espiralar: </em>poéticas do corpo-tela<em>. </em>Rio de Janeiro: Cobogó, 2021.<br>MIGNOLO, Walter. <em>La</em> <em>idea de América Latina: La herida colonial y la opción decolonial</em>, Gedisa, Barcelona.<br>SANTOS, Antônio Bispo dos. <em>A terra quer, a terra dá</em>. São Paulo: Ubu Editora, 2023.<br>RIBEIRO, Bruno. <em>Porco de Raça</em>. Rio de Janeiro: DarkSide Books. 2021.<br>RUBBO, Deni A. <em>Aníbal Quijano e a racionalidade alternativa na América Latina: diálogos com Mariátegui</em>. Estudos Avançados, v. 32, n. 94, p. 391-409, dez. 2018. <br>TODOROV, Tzevtan: <em>La conquista de América. El problema del otro</em>. Trad. Flora Botton Burlá. México D.F./Madrid: siglo XXI editores 1987 [1982].<br>VIGNOLO, Paulo e BECERRA, Virgilio (eds). <em>Tierra Firme. El Darién en el imaginario de los conquistadores.</em> Universidad Nacional de Colombia, 2011.<br>WALKER, A. “If the present looks like the past, what does the future look like?” 1982. In: WALKER, A. <em>In search of our mothers’ gardens: womanist prose</em>. San Diego, California: Harcourt Brace Jovanovich, 1983, p. 290-291.</p> <p> </p> <p><strong>2) Dossiê: Arte retórica, literatura & outras artes</strong></p> <p>Editores:<br>André Fiorussi (Universidade Federal de Santa Catarina), <a href="mailto:fiorussi@gmail.com">fiorussi@gmail.com</a><br>Deolinda de Jesus Freire (Univ. Federal do Triângulo Mineiro) <a href="mailto:deolindajfreire@gmail.com">deolindajfreire@gmail.com</a></p> <p>Este dossiê da revista <em>outra travessia</em> se dedica a congregar trabalhos a respeito da arte retórica e sua relação com a literatura e as outras artes, propondo uma reflexão sobre o estatuto da retórica e seu alcance na investigação atual de artefatos discursivos verbais e não verbais produzidos em diversos tempos e espaços. Definida frequentemente como arte do bem-dizer e do convencimento ao amparo da oratória, a arte retórica imbricou-se historicamente com a poética e codificou durante séculos as práticas letradas, fornecendo também as bases para a tratadística relativa à pintura, à arquitetura, à música e a outras artes. Nas últimas décadas, um crescente interesse pelos saberes retóricos tem contribuído com pesquisas de impacto nos campos da teoria e da história da literatura, das artes e dos discursos, entre as quais se podem destacar a reivindicação da sofística e o exame das temporalidades que se sobrepõem em processos simbólicos de longa duração. Por sua atenção à materialidade das práticas e à complexidade das situações comunicativas, desde a performance <em>in loco</em> dos discursos até a sua mais diferida recepção e imprevisível ressignificação, a abordagem retórica configura na atualidade uma opção metodológica estimulante tanto para a leitura consistente da ruína como para a promoção de novas discursividades e caminhos de investigação, atravessando, entre outras disciplinas, a filologia, a filosofia, a história e a antropologia. </p> <p>Convidamos pesquisadoras e pesquisadores a submeterem <strong>artigos</strong> (25.000- 50.000 caracteres) à revista <em>outra travessia</em> (<a href="https://periodicos.ufsc.br/index.php/Outra/about/submissions">diretrizes de submissão</a>).</p> <p>Prazo para submissão: <strong>15 de abril de 2024</strong>.</p>outra travessia2023-12-18chamada para submissão de artigos: PRORROGADO - Modernismo brasileiro 100+1 anos: crítica, heranças, perspectivas
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outra travessia2023-04-17Aporias e fluxos do tempo e da traduc?a?o
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outra travessia2022-02-22