Inconstante e esquiva: a terceira pessoa e a poesia de Francisco Alvim

Autores

  • Laíse Ribas UFSC

DOI:

https://doi.org/10.5007/2176-8552.2015n18p227

Resumo

A análise dos procedimentos de escrita do poeta Francisco Alvim pode levar à percepção de sujeitos poéticos que aparecem ou tomam algum lugar como um movimento de deslocamento, desdobramento e dissimulação em sua poesia. Assim, este trabalho propõe pensar uma poesia que parte da apreensão da fala e da experiência alheias para realocar, deslocar ou dissimular as instâncias subjetivas do poema. Tal movimento pode ser pensado justamente a partir de uma linha de pensamento aberta por Maurice Blanchot acerca do trânsito do sujeito para uma terceira pessoa ou para uma impessoalidade possível. Somando-se a esse raciocínio, a perspectiva de Michel Collot permite pensar o próprio desdobramento e a reinterpretação do suposto movimento de perda da subjetividade moderna, entendendo as transformações em jogo no processo de escrita. Esses deslocamentos percorrem toda a poesia de Francisco Alvim e são característicos da sua condição ambivalente e inconstante, pensada aqui, a partir da manifestação desses sujeitos e vozes em sua escrita.

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Publicado

2014-06-17

Edição

Seção

Blanchot afora