Habilitadores de Inovação para a Base da Pirâmide

Autores

  • Katarina Chaves Lacerda Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal da Paraíba
  • André Gustavo Carvalho Machado Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA)/ Programa de Pós-Graduação em Gestão nas Organizações Aprendentes (MPGOA)/Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8077.2019V21n53p39

Resumo

O objetivo desse artigo é analisar as características dos habilitadores de inovação para a base da pirâmide no contexto brasileiro. A estratégia de pesquisa adotada foi de estudo de casos múltiplos em três empresas de setores distintos. Os resultados evidenciaram que os principais habilitadores externos às organizações foram a estabilidade econômica, políticas públicas e qualidade dos fornecedores. Entre os habilitadores internos, destacaram-se a criação de conhecimento e a aprendizagem, e o reconhecimento do valor e da necessidade da inovação. Sob o ponto de vista teórico, os resultados deste estudo avançam na identificação e compreensão de habilitadores que, apesar de facilitarem o desenvolvimento e implementação de inovações para o mercado da base da pirâmide, encontram-se dispersos na literatura, sem que haja, inclusive, uma nomenclatura unânime acerca dos mesmos. Sob a perspectiva dos praticantes, as evidências deste estudo contribuem para que gestores tenham a percepção de quais fatores internos e externos podem habilitar as organizações a inovar nesse mercado.

Biografia do Autor

Katarina Chaves Lacerda, Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal da Paraíba

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal da Paraíba

André Gustavo Carvalho Machado, Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA)/ Programa de Pós-Graduação em Gestão nas Organizações Aprendentes (MPGOA)/Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Professor do Departamento de Administração, do Programa de Pós-Graduação em Administração e do Programa de Pós-Graduação em Gestão nas Organizações Aprendentes  da Universidade Federal da Paraíba

Referências

ADEGBILE, A.; SARPONg, D. Disruptive innovation at the base-of-the-pyramid Opportunities, and challenges for multinationals in African emerging markets. Critical Perspectives on International Business, v. 14, n. 2/3, p. 111-138, 2018.

ANDE; EBAY FOUNDATION; ICE. Oportunidades em Tecnologia para a Base da Pirâmide. 2015 Disponível em: <https://assets.aspeninstitute.org/content/uploads/files/content/upload/Tech_Event_Report_PT.PDF > Acesso em: março de 2015.

ANDERSON, J.; BILLOU, N. Serving the world’s poor: innovation at the base of the economic pyramid. Journal of Business Strategy, v. 28, n. 2, p. 14-21, 2007.

ANDERSON, J.; MARKIDES, C. Strategic Innovation in the Bottom of the Pyramid. MIT Sloan Management Review, v. 49, n. 1, p. 82-88, 2007.

AOYAMA, Y.; PARTHASARATHY, B. Research and Development Facilities of Multinational Enterprises in India. Eurasian Geography and Economics, v. 53, n. 6, p. 713–730, 2013.

ARNOLD, M. G. Inklusive Wertschöpfung auf BOP Märkten. Umwelt Wirtschafts Forum, v. 25, p. 25-32, 2017.

BARBIERI, J. C. Organizações inovadoras: estudos e casos brasileiros. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2004.

BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal; Edições 70, LDA, 1977.

BRESSAN, F. Uma equação proposta para fomentar a inovação nas organizações. Estudios Gerenciales, n. 29, p. 26-36, 2013.

BOGDAN, R. BILKEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Tradução de Maria João Alvarez, Sara Bahia dos Santos, Telmo Mourinho Baptista. Porto: Porto Editora, 1994.

CARAYANNIS, E. G.; GONZALES, E. Creativity and Innovation = Competitiveness? When, How, and Why. In: SHAVININA, L.V. (ed.). The International Handbook on Innovation. Elsevier Science, 2003, p. 587-606.

CARVALHO, Hélio Gomes de; REIS, Dálcio Roberto dos; CAVALCANTE, Márcia Beatriz. Gestão da Inovação. Curitiba: Aymará, 2011.

CHETTY, S. The Case Study Method for Research in Small-and Medium-Sized Firms. International Small Business Journal, v.15, n. 1, p. 73 – 85, 1996.

CHOLEZ et. al. Bridging Access to Electricity Through BOP Markets: Between Economic Equations and Political Configurations. Review of Policy Research, v. 29, n. 6, 2012.

CRESWELL, J. W. Projeto de Pesquisa: Métodos qualitativo, quantitativo e misto. Tradução Magda Lopes; 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.

EISENHARDT, K. M. Building Theories from Case Study Research. Academy of Management Review, v. 14, n. 4, p. 532-550, 1989.

FRASER, M. T. D.; GONDIM, S. M. G. Da fala do outro ao texto negociado: discussões sobre a entrevista na pesquisa qualitativa. Paidéia, v. 14, n. 28, p. 139, 2004.

GEORGE, G.; MCGAHAN, A. M.; PRABHU, J. Innovation for Inclusive Growth: Towards a Theoretical Framework and a Research Agenda. Journal of Management Studies v. 49, n. 4, 2012.

GOBBLE, M. M. Innovation at the Bottom of the Pyramid. Research-Technology Management, v. 60, n. 3, p. 62-67, 2017.

HALL, J.; MATOS, S. V.; MARTIN, M. J. C. Innovation pathways at the Base of the Pyramid: Establishing technological legitimacy through social attributes. Technovation, v. 34, 5-6, p. 284–294, 2014.

HALME, M.; LINDEMAN, S.; LINNA, P. Innovation for Inclusive Business: Intrapreneurial Bricolage in Multinational Corporations. Journal of Management Studies, v. 49, n. 4, 2012.

HART, S. L.; CHRISTENSEN, C. M. The great leap: Driving innovation from the base of the pyramid. MIT Sloan Management Review, v. 44, n. 1, p. 51-56, 2002.

KAHLE, H. N. et.al. The democratizing effects of frugal innovation Implications for inclusive growth and state-building. Journal of Indian Business Research, v. 5 n. 4, p. 220-234, 2013.

LEITE, L. F.; DUTRA, L. E. D.; ANTUNES, A. M de S. Desenvolvimento tecnológico na indústria do petróleo: o ambiente organizacional e seus aspectos habilitadores e inibidores da inovação. R.Adm., v.41, n.3, p.301-314, 2006.

LIM, C.; HAN, S.; ITO, H. Capability building through innovation for unserved lower end megamarkets. Technovation, v. 33, p. 391–404, 2013.

LIMA, A. S.; MACHADO, A. G. C. Ações Estratégicas para a Base da Pirâmide no Setor Imobiliário. Revista Ibero-Americana de Estratégia, v. 17, n. 1, p. 31-44, 2018.

LINNA, P. Bricolage as a Means of Innovating in a Resource-Scarce Environment: a Study of Innovator-Entrepreneurs at The Bop. Journal of Developmental Entrepreneurship, v. 18, n. 3, 2013.

LOPES, D. P. T. et al. Fatores Determinantes da Inovação Gerencial: uma proposta para análise e investigação. Revista Eletrônica Gestão & Sociedade, v.12, n.33, p. 2541-2563, 2018.

MERRIAM, S. B. Qualitative Research: A guide to design and implementation, Revised and Expanded from Qualitative research and case study applications in education. San Francisco: Jossey-Bass, 2009.

MONTEIRO, M. R.; MACHADO, A. G. C. Estratégias de Inovação: Estudo de Casos em Empresas do Setor de Software. Revista Gestão Industrial, v. 09, n. 01, p. 194-224, 2013.

MURPHY, M.; PERROT, F.; RIVERA-SANTOS, M.New perspectives on learning and innovation in cross-sector collaborations.Journal of Business Research, v.65, n.12, p. 1700–1709, 2012.

MUTIS, J.; RICART, J. E. Innovaciónen modelos de negocio: La Base de La Pirámide como campo de experimentación. Universia Business Review, n.18, p. 10-27, 2008.

NAKATA, C. From the Special Issue Editor: Creating New Products and Services for and with the Base of the Pyramid. Journal of Product Innovation Management, v. 29, n. 1, p. 3–5, 2012.

NAKATA, C; WEIDNER, K. Enhancing New Product Adoption at the Base of the Pyramid: A Contextualized Model. Journal of Product Innovation Management, v. 29, n. 1, p. 21–32, 2012.

OLIVEIRA, G. M.; MACHADO, A. G. C. Dinâmica da Inovação em Serviços para Consumidores na Base da Pirâmide. BBR. Brazilian Business Review, v.14, n.6, p. 609-623, 2017.

OLIVEIRA, G. M.; MACHADO, A. G. C. Inovação em serviços para a base da pirâmide no setor varejista. Revista Ciências Administrativas, v. 22, n. 2, p. 423-450, 2016.

PERVEZ, T; MARITZ, A; WAAL, A. Innovation and Social Entrepreneurship at The Bottom of The Pyramid - A Conceptual Framework. SAJEMS Special Issue, n. 16, 2013, p.54-66.PRAHALAD, C.K. The Innovation Sandbox. Strategic Business, n. 44, p. 1-10, 2006.

PERVEZ, T; MARITZ, A; WAAL, A. A Riqueza na Base da Pirâmide: como erradicar a pobreza com o lucro. Porto Alegre: Bookman, 2010.

PERVEZ, T; MARITZ, A; WAAL, A. Bottom of the Pyramid as a Source of Breakthrough Innovations. Journal of Production and Innovation Management, n.29, v.1, p. 6–12, 2012.

PRAHALAD, C.K.; HART, S.L. The fortune at the bottom of the pyramid. Strategic Business, n. 26, p. 1-14, first quarter 2002.

RAY, S.; RAY, P. K. Product innovation for the people’s car in an emerging economy. Technovation, n. 31, p. 216–227, 2011.

RIBEIRO, R. E. M.; SEGATTO, A. P. S.; COELHO, T. R. Inovação Social e Estratégias para a Base da Pirâmide: Mercado Potencial para Empreendedores e Pequenos Negócios. Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas, v. 2, n.2, p.55-72, 2013.

RODRIGUES, I; BARBIERI, J. C. A emergência da tecnologia social: revisitando o movimento da tecnologia apropriada como estratégia de desenvolvimento sustentável. RAP. Rio de Janeiro, v. 42, n. 6, p. 1069-94, 2008.

SILVESTRE, B. S.; SILVA NETO, R. Capability accumulation, innovation, and technology diffusion: Lessons from a Base of the Pyramid cluster. Technovation, v. 34, n.5-6, p. 270–283, 2014.

SOUSA, J. C.; BRUNO-FARIA, M. F. Processo de inovação no contexto organizacional: uma análise de facilitadores e dificultadores. Brazilian Business Review, v.10, n.3, p.113 – 136, 2013.

SPERS, R.G. WRIGHT, J. T. C. Mercado de bens populares no brasil: desempenho e estratégia das empresas. In: EnANPAD – Encontro da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Administração, 2006.

VAN DE VEN, A. H.; ANGLE, H. L.; POOLE, M. S. Research on the management of innovation: the Minnesota studies. New York: Oxford University Press, 2000.

VAN DEN WAEYENBERG, S.; HENS, L. Overcoming institutional distance: Expansion to base-of-the-pyramid markets. Journal of Business Research, v. 65, n.12, p. 1692–1699, 2012.

VAN DER MERWE, M. D. et al. Toward an Enterprise Growth Framework for Entering the Base of the Pyramid Market: A Systematic Review. International Journal of Innovation and Technology Management, v. 15, n. 4, 2018.

VASCONCELLOS, E.; PAROLIN, S. R. H. Estratégia e Estruturas Inovativas: Estudo de Caso em Empresa de Alimentos Desidratados. In: XXIV SIMPÓSIO DA GESTÃO TECNOLÓGICA 2006, Gramado. Anais XXIV SIMPÓSIO DA GESTÃO TECNOLÓGICA, 2006.

VENN, R.; BERG, N. Building competitive advantage through social intrapreneurship. South Asian Journal of Global Business Research, v. 2 n. 1, p. 104-127, 2013.

VISWANATHAN, M.; SRIDHARAN, S. Product Development for the BOP: Insights on Concept and Prototype Development from University-Based Student Projects in India. Journal of Production and Innovation Management, v. 29, n.1, p. 52–69, 2012.

WRIGHT, J. T. C.; SPERS, R. G. Mercado Popular no Brasil – Abordagens para Geração de Negócios e Casos de Sucesso. São Paulo: Blucher, 2011.

Downloads

Publicado

2019-04-12

Como Citar

Lacerda, K. C., & Machado, A. G. C. (2019). Habilitadores de Inovação para a Base da Pirâmide. Revista De Ciências Da Administração, 21(53), 39–56. https://doi.org/10.5007/2175-8077.2019V21n53p39

Edição

Seção

Artigos