Pode-se aprender matemática através da investigação de casos particulares?

Autores

  • Lênio Fernandes Levy Universidade Federal do Pará

DOI:

https://doi.org/10.5007/1982-5153.2016v9n2p287

Resumo

A discussão acerca da possibilidade de construções de objetos matemáticos no âmbito escolar, construções essas que tenham a ver com subsídios proporcionados por atividades de modelagem matemática, é o cerne deste artigo, o qual, em termos metodológicos, é marcado pela perquirição qualitativa de cunho teórico-bibliográfico. A dedução, mesmo não sendo exclusiva do pensamento matemático, é o seu atributo mais significativo, diferenciando tal pensamento de ações cognitivas que se iniciam pela abordagem de casos particulares, normalmente característicos do mundo entendido como real, o que dá margem a críticas fortalecedoras da ideia de insuficiência da modelagem matemática, no ensino e na aprendizagem, visando à elaboração de objetos matemáticos, na medida em que a atividade de modelar (afora o vínculo que mantém com a dedução) não prescinde das chamadas situações reais, que, por abrangerem singularidades, demandam (e são demandadas por) processos cognitivos frequentemente opostos ao caminhar dedutivo, embora a dedução seja necessária ao sujeito cognoscente quando lida não apenas com o domínio matemático, mas também com diversas situações nomeadas de reais. A pergunta-diretriz do presente artigo é a mesma que o intitula: “pode-se aprender Matemática através da investigação de casos particulares?”. Neste texto, mediante ênfase a liames que envolvem os temas “desordem, ordem, indução e dedução”, apresentam-se argumentos que conduzem a resultados ou conclusões favoráveis à eficácia do “aprendizado (e/ou da construção) de Matemática com auxílio do ato de modelar”, sem a desconsideração, a seu turno, do emprego da modelagem matemática com vistas também ao aperfeiçoamento de habilidades matemáticas previamente internalizadas ou assimiladas pelo aluno.

Biografia do Autor

Lênio Fernandes Levy, Universidade Federal do Pará

Possui graduação em Matemática (licenciatura) pela Universidade Federal do Pará / UFPA (1987-1990), além de mestrado (2002-2003) e doutorado (2010-2013) em Educação em Ciências e Matemáticas (com ênfase em Educação Matemática), também pela UFPA. É professor adjunto do Instituto de Educação Matemática e Científica (IEMCI) da UFPA. Tem experiência em Matemática e em Educação Matemática, atuando principalmente nos seguintes temas: (i) modelagem matemática no ensino; (ii) Educação Matemática e paradigma epistemológico da complexidade; (iii) formação de professores de Matemática; (iv) ensino de Matemática.

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Publicado

2016-11-24

Edição

Seção

Artigos