Entre receitas, programas e códigos: metáforas e idéias sobre genes na divulgação científica e no contexto escolar

Autores

  • Tânia Goldbach Centro Federal de Educação Tecnológica de Química – RJ – Unidade Maracanã e Programa de Pós Graduação Lato Sensu em Ensino de Ciências.
  • Charbel Niño El-Hani Instituto de Biologia, Universidade Federal da Bahia. Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências, UFBA/UEFS. Programa de Pós-Graduação em Ecologia e iomonitoramento, UFBA

Resumo

Este artigo discute o uso de metáforas em revistas de divulgação científica para referir-se a genes e seu papel nos sistemas vivos. Abordamos também a apropriação destas metáforas por pesquisadores e por estudantes e professores de escolas de ensino médio do Rio de Janeiro. Elas são discutidas à luz de dificuldades do ensino de genética e da abordagem do conceito de gene na literatura filosófica. Estas metáforas buscam esclarecer aspectos funcionais e estruturais dos genes, mas suscitam dificuldades para a compreensão dos genes e de sua relação com sistemas vivos. Assim, elas precisam ser usadas com cuidado e algumas, como „programa?, „manual de instruções?, „código?, devem ser evitadas. Elas estão, afinal, intimamente relacionadas ao determinismo genético, que tem conseqüências políticas, sociais, econômicas e éticas importantes. Entre as metáforas analisadas, „mensagem? parece ser mais adequada, mas demanda uma teoria da informação biológica, ainda não-disponível na biologia, para que seu significado seja claramente explicado

Biografia do Autor

Tânia Goldbach, Centro Federal de Educação Tecnológica de Química – RJ – Unidade Maracanã e Programa de Pós Graduação Lato Sensu em Ensino de Ciências.

Professora de Biologia dos Cursos Técnicos Integrados e do Curso de Especialização em Ensino de Ciências, com Ênfase em Biologia e Química do Centro Federal de Educação Tecnológica de Química–RJ (CEFET Química), Unidade Maracanã. Coordena o Grupo de Pesquisa em Ensino e Divulgação das Ciências da Natureza, no qual orienta bolsistas de iniciação científica, especialização e mestrado. É graduada em Licenciatura em Ciências Biológicas pela UFRJ (1984), Mestre em Educação pela UFF (1995) e Doutora em Ciências pelo Programa de Engenharia de Produção, na linha Difusão de Ciência e Tecnologia da COPPE-UFRJ (2006). Suas investigações estão situadas na pesquisa em educação e divulgação científicas, com destaque para o ensino de biologia, análise de materiais didáticos e estratégias de ensino. Tem atuado em apoio, organização e assessoria a eventos divulgação científica (Feiras, Jornadas e Mostras).

Charbel Niño El-Hani, Instituto de Biologia, Universidade Federal da Bahia. Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências, UFBA/UEFS. Programa de Pós-Graduação em Ecologia e iomonitoramento, UFBA

Professor adjunto do Departamento de Biologia Geral, Instituto de Biologia, Universidade Federal da Bahia, Brasil. Coordena o Grupo de Pesquisa em História, Filosofia e Ensino de Ciências Biológicas e é bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq. Ensina e orienta nos Programas de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências (Universidade Federal da Bahia/Universidade Estadual de Feira de Santana) e em Ecologia e Biomonitoramento (Universidade Federal da Bahia). É graduado em Ciências Biológicas pela UFBA (1992), Mestre em Educação pela UFBA (1995) e Doutor em Educação pela USP (2000). Fez pós-doutorado no Centro de Filosofia da METÁFORAS E IDÉIAS SOBRE GENES 189 Natureza e Estudos da Ciência, no Instituto Niels Bohr, Faculdade de Ciências, Universidade de Copenhagen, Dinamarca, de 2003 a 2004. Suas investigações estão situadas na pesquisa em educação científica, filosofia da biologia, biossemiótica, biologia teórica e comportamento animal. Ele é membro de conselhos ditoriais de periódicos brasileiros e internacionais nas áreas de pesquisa em educação científica e filosofia da ciência.

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Publicado

2008-03-01

Edição

Seção

Artigos