Estresse e reconhecimento de seres humanos em leitões recém desmamados.

Autores

  • Maria José Hotzel Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural Universidade Federal de Santa Catarina
  • Gisele Pacheco de Souza Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural Universidade Federal de Santa Catarina
  • Luiz Carlos Pinheiro Machado Filho Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural Universidade Federal de Santa Catarina
  • Renato Irgang Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural Universidade Federal de Santa Catarina
  • Ricardo Probst Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural Universidade Federal de Santa Catarina

Resumo

Este estudo visou investigar se, logo após o desmame, leitões reconhecem uma pessoa que os tratou aversivamente durante o período de lactação, e se esse tratamento agrava o estresse do desmame. Antes do desmame, 43 leitões de cinco leitegadas receberam um tratamento aversivo, relacionado com um tom de voz agressivo e ameaçador; 44 leitões de seis leitegadas foram tratados convencionalmente. Nos primeiros dois dias após o desmame uma maior freqüência de vocalizações e dos comportamentos de tentativas de fuga da baia, em pé e sentado, e uma menor freqüência de alimentação, do que no 10º dia (p<0,05) foram observados nos dois tratamentos. Os leitões tratados aversivamente apresentaram maior freqüência de tentativas de fuga, andando e interagindo com outros leitões (p<0,05). Em um teste realizado individualmente, os leitões tratados aversivamente aceitaram mais a aproximação de um experimentador desconhecido do que de um experimentador aversivo (p<0,001). Em outro teste, 61% dos leitões tratados aversivamente se aproximaram espontaneamente do experimentador desconhecido, e somente 36% do experimentador aversivo (p<0,02). Conclui-se que leitões de quatro a cinco semanas de vida podem reconhecer uma pessoa que lhes impõe um tratamento aversivo durante o período de lactação. O comportamento dos leitões no desmame indica que o mesmo é uma importante fonte de estresse e que um manejo aversivo durante a lactação exacerba esse efeito.

Biografia do Autor

Maria José Hotzel, Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural Universidade Federal de Santa Catarina

Possui Graduação em Medicina Veterinária pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Mestrado em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e Doutorado em Ciência Animal - The University of Western Australia. Atualmente é professora classe adjunto, da Universidade Federal de Santa Catarina.

Mais informações no Currículo Lattes.

Gisele Pacheco de Souza, Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural Universidade Federal de Santa Catarina

Possui Mestrado em Agroecossistemas pela Universidade Federal de Santa Catarina e Graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Catarina.

Mais informações no Currículo Lattes.

Luiz Carlos Pinheiro Machado Filho, Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural Universidade Federal de Santa Catarina

Possui Graduação em Agronomia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Mestrado em Zootecnia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Doutorado em Ciência Animal - University Of Guelph, e Pós-doutorado em Bem-estar animal - University of British Columbia. Atualmente é coordenador do Programa de Pós-gradução em Agroecossistemas da Universidade Federal de Santa Catarina, professor associado II da mesma Universidade, onde leciona na graduação e na pós-graduação. Coordena o Laboratório de Etologia Aplicada da UFSC, membro do Conselho Editorial da Applied Animal Behaviour Science de 2002-2008.

Mais informações no Currículo Lattes.

Renato Irgang, Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural Universidade Federal de Santa Catarina

Engenheiro Agrônomo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Mestrado em Agronomia, com ênfase em Produção Animal, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Doutorado em Melhoramento Genético Animal pela North Carolina State University  e Pós-doutorado pela University of Guelph. Atualmente é Professor Associado II da Universidade Federal de Santa Catarina, no Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural, onde leciona Suinocultura, Melhoramento Genético Animal, Ciência da Carne e Estatística.

Mais informações no Currículo Lattes.

Ricardo Probst, Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural Universidade Federal de Santa Catarina

Possui Graduação em Engenharia Agícola pela Universidade Luterana do Brasil, e Graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Catarina.

Mais informações no Currículo Lattes.

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Publicado

2007-01-01

Edição

Seção

Artigos