Utilização de espécies de Asteraceae por comunidades rurais do nordeste do Brasil: relatos em Camocim de São Félix, Pernambuco
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7925.2013v26n2p93Resumo
Asteraceae, com aproximadamente 2.000 espécies registradas no Brasil, destaca-se nos estudos etnobotânicos, posicionando-se quase sempre entre as quatro famílias com maior número de espécies na flora útil, principalmente para fins medicinais. Neste estudo investigou-se a importância dessa família em quatro comunidades rurais do município de Camocim de São Félix, em um brejo de altitude, no agreste de Pernambuco. Os trabalhos de campo foram realizados no período de dezembro de 2010 a maio de 2011. Para a coleta dos dados etnobotânicos, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 50 moradores, de ambos os sexos, na maioria agricultores, com renda familiar inferior a um salário-mínimo, sendo coletadas as espécies por eles citadas. Os entrevistados mostraram um diversificado conhecimento sobre as Asteraceae, citando 19 espécies, nas seguintes categorias: medicinal (12), ornamental (6), tecnológica (3) e alimentícia (2), algumas delas incluídas em mais de uma categoria. Acanthospermum hispidum DC., espécie ruderal conhecida como espinho-de-cigano, foi a planta mais citada como medicinal, indicada para o tratamento de problemas respiratórios, infecções, doenças renais e odontalgias. As espécies Dahlia pinnata Cav., Tagetes erecta L. e Zinnia elegans Jacq. são utilizadas como ornamentais. Lactuca sativa L. (cultivada) e Emilia sonchifolia (L.) DC. (daninha) foram as únicas citadas como alimentícias e Conyza bonariensis (L.) Cronquist, Egletes viscosa Less. e Parthenium hysterophorus L. foram citadas para fins tecnológicos.
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