@article{Fantin_Kovaleski_2014, title={Saúde Mental e Psicanálise}, volume={6}, url={https://periodicos.ufsc.br/index.php/cbsm/article/view/68933}, DOI={10.5007/cbsm.v6i13.68933}, abstractNote={<p>Os serviços de saúde pública atravessam um contínuo processo de<br />transformação, decorrente de uma política sanitária que tem como princípios<br />garantir ao cidadão acesso universal aos serviços de saúde, oferecendo-lhe<br />atenção integral e de acordo com suas necessidades. Tais estratégias são<br />consolidadas a partir da instituição do Sistema Único de Saúde (SUS), em 1988.<br />No âmbito da saúde mental observa-se a expansão e a consolidação das redes<br />de serviços de atenção à saúde mental, em oposição ao modelo<br />hospitalocêntrico de tratamento dos transtornos mentais. Este novo modelo<br />articula instituições de diversos setores do cenário político e social, incluindo as<br />práticas de saúde na esfera comunitária. O campo da Saúde Mental é um campo<br />dos cuidados. Ou seja, um campo de dispositivos e iniciativas ligadas a um certo<br />direcionamento da vida dos sujeitos naquilo que ela está impedida ou<br />prejudicada pelas condições subjetivas e concretas, ou seja, que colocam o<br />sujeito num certo ‘fora’ das coisas que constituem a vida social instituída. O<br />cuidado consiste em levar o paciente a um convívio mais harmonioso com seu<br />meio, favorável ao seu pertencimento na família, nas relações sociais possíveis,<br />com maior autonomia. Ao mesmo tempo faz-se uma intervenção no meio social,<br />com vistas a transformar as relações da sociedade para com a loucura. Dentro<br />desta lógica, de que forma a psicanálise se coloca a serviço do tratamento de<br />pacientes com transtornos mentais em um serviço de saúde pública,<br />considerando as especificidades da teoria psicanalítica e os dispositivos da rede<br />de atenção à saúde mental? A intervenção vai ser dirigida não ao<br />enquadramento em padrões de normalidade, mas vista como processo de<br />resgate da liberdade do sujeito, entendendo que o adoecimento na psicanálise<br />se dá por impedimento ou obrigatoriedade de se fazer algo. O campo dapsicanálise dá lugar a um saber que opera como verdade sobre a singularidade do sujeito e sobre as possibilidades deste sujeito emergir. A psicanálise é discurso e agencia uma relação com o mundo exterior , portanto a psicanálise é um laço social. O trabalho no campo da saúde mental se dá no espaço onde os pacientes vivem e no qual podem estabelecer laços em maior ou menor grau. Isto constitui o que chamamos de território, onde devemos atuar. E atuar nas brechas dessa complexa malha não é tarefa simples e às vezes demanda uma paciência infindável, que só pode se dar se lidarmos com esse tempo para além de nossas expectativas, planos e projetos, no veio indicado pelo sujeito.</p>}, number={13}, journal={Cadernos Brasileiros de Saúde Mental/Brazilian Journal of Mental Health}, author={Fantin, Alana Dallacosta and Kovaleski, Douglas Francisco}, year={2014}, month={jul.}, pages={144–145} }