Transparência: reposicionando o debate

Autores

  • Robson Zuccolotto Universidade Federal de Viçosa Departamento de Administração e Ciências Contábeis
  • Marco Antonio Carvalho Teixeira Fundação Getúlio Vargas
  • Edson Luiz Riccio Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8069.2015v12n25p137

Resumo

A crise da democracia representativa nas últimas décadas desencadeou um conjunto de

reformas cuja finalidade era fortalecer a democracia. Independente do modelo de reforma, um tema central em todas elas era a necessidade de aumentar a accountability democrática. A ampliação da accountability traz consigo a necessidade de compreender outro tema que, além de atrair muita atenção nos últimos anos, tem sido usado, pela mídia e pela academia científica sem os devidos cuidados conceituais: a transparência. Nesse sentido, este trabalho realiza uma revisão da literatura internacional sobre os conceitos e as classificações da transparência com o objetivo de proporcionar aos pesquisadores nacionais a ampliação de conhecimento sobre esse campo de investigação e, por consequência, maior precisão conceitual e classificatória aos estudos sobre o tema. Além do conceito de cada perspectiva, sugere-se uma recomendação mínima do que analisar em cada uma delas. A sistematização dos conceitos e classificações permite aos pesquisadores compreender e avançar nas pesquisas, possibilitando ampliar a reflexão sobre transparência no contexto brasileiro, ainda que em perspectiva comparada.

Biografia do Autor

Robson Zuccolotto, Universidade Federal de Viçosa Departamento de Administração e Ciências Contábeis

Departamento de Administração e Ciênicas Contábeis

Marco Antonio Carvalho Teixeira, Fundação Getúlio Vargas

Departamento de Administração Pública

Fundação Getúlio Vargas

Edson Luiz Riccio, Universidade de São Paulo

Faculdade de Economia, Adminsitração e Contabilidade

Universidade de São Paulo

Referências

BESSETTE, J. M. Accountability: Political. In: SMELSER, N. J.; BALTES, P. B. (Eds.). International Encyclopedia of the Social & Behavioral Sciences. Amsterdam: Elsevie, 2001. p. 38–41.

BIRKINSHAW, P. Freedom of information and openness: fundamental human rights. Administrative Law Review, v. 58, n. 1, p. 177–218, 2006.

BLACK, J. Transparent Policy Measures. In: BLACK, J. (Ed.). Oxford Dictionary of Economics. Oxford: Oxford University Press, 1997. .

CAMPOS, A. Accountability: quando poderemos traduzi-la para o português? Revista de Administração Pública, v. 24, n. 2, p. 30–50, 1990.

DAHL, R. A. Poliarquia: Participação e oposição. São Paulo: Editora USP, 2012.

FUNG, A.; GRAHAM, M.; WEIL, D. Full Disclosure: The Perils and Promise of Transparency. New York: Cambridge University Press, 2007.

GRIGORESCU, A. International Organizations and Government Transparency: Linking the International and Domestic Realms. International Studies Quarterly, v. 47, n. 4, p. 643–667, dez 2003.

HEALD, D. Fiscal Transparency: Concepts, Measurement and UK Practice. Public Administration, v. 81, n. 4, p. 723–759, dez 2003.

HEALD, D. Vaieties of transparency. In: HOOD, C.; HEALD, D. (Eds.). Transparency. The key to better governance. New York: Oxford University Press, 2006. p. 25–43.

HOOD, C. Transparency in historical perspective. In: HOOD, C.; HEALD, D. (Eds.). Transparency: The Key to Better Governance? New York: Oxford University Press, 2006. p. 3–23.

KING, G.; KEOHANE, R. O.; VERBA, S. Designing Social Inquiry: Scientific Inference in Qualitative Research. New Jersey: Princeton University Press, 1994.

KRASNER, S. D. Causas estruturais e consequências dos regimes internacionais: regimes como variáveis intervenientes. Revista de Sociologia e Política, v. 20, n. 42, p. 93–110, jun 2012.

LARSSON, T. How open can a government be? The Swedsh experience. In: DECKMYN, V.; THOMSON, I. (Eds.). Openness and transparency in the European Union. Maastricht, Netherlands: European Institute of Public Administration, 1998. p. 169.

LOUREIRO, M.; TEIXEIRA, M.; PRADO, O. Construção de instituições democráticas no Brasil contemporâneo: transparência das contas públicas. Revista Organização & Sociedade, v. 15, n. 47, p. 107–119, 2008.

MEIJER, A. Understanding modern transparency. International Review of Administrative Sciences, v. 75, n. 2, p. 255–269, 19 jun 2009.

MICHENER, G.; BERSCH, K. Conceptualizing the quality of transparency. Political Concepts, v. 49, p. 1–27, 2011.

MOSER, C. How open is “open as possible”? Three different approaches to transparency and openness in regulating access to EU documents. IHS Political Science Series, v. 80, 2001.

NOLAN COMMITTEE. First Report of the Committee on Standards in Public Life. . [S.l: s.n.]. Disponível em: <http://www.public-standards.gov.uk/>. , 1995

PINHO, J. A. G. DE; SACRAMENTO, A. R. S. Accountability: já podemos traduzi-la para o português? Revista de Administração Pública, v. 43, n. 6, p. 1343–1368, dez 2009.

POSTMAN, N. Technopoly: The Surrender of Culture to Technology. New York: Vintage Books Edtion, 1993.

PRZEWORSKI, A.; STOKES, S. C.; MANIN, B. Democracy Accountability And Representation. Cambridge: Cambridge University Press, 1999.

SCHULTZ, K. A. Do Democratic Institutions Constrain or Inform? Contrasting Two Institutional Perspectives on Democracy and War. International Organization, v. 53, n. 2, p. 233–266, 1 abr 1999.

WHITE, F.; HOLLINGSWORTH, K. Audit, Accountability and Government. New York: Oxford University Press, 1999.

YAZIGI, A. F. Dinero, política y transparencia: El imperativo democrático de combatir la corrupción. 9th International Anti-Corruption Conference (IACC), p. 10–15, 1999.

Downloads

Publicado

2015-05-28

Como Citar

Zuccolotto, R., Teixeira, M. A. C., & Riccio, E. L. (2015). Transparência: reposicionando o debate. Revista Contemporânea De Contabilidade, 12(25), 137–158. https://doi.org/10.5007/2175-8069.2015v12n25p137

Edição

Seção

Artigos