Relatório com modificação de opinião: risco para o auditor?

Autores

  • José Alves Dantas Professor da Universidade de Brasília (UnB)
  • Igor Theodoroviz Barreto Universidade de Brasília (UnB)
  • Paulo Roberto Matos Carvalho Universidade de Brasília (UnB)

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8069.2017v14n33p140

Resumo

Este estudo teve por objetivo avaliar se a emissão de relatório de auditoria com opinião modificada impacta a sequência do contrato entre auditor e cliente, bem como se o fato da firma de auditoria ser uma big four ou a empresa auditada adotar práticas de governança corporativa reduz o risco de descontinuidade da relação contratual, mesmo com a emissão de opinião modificada. Testes empíricos realizados com base nos relatórios de auditoria, de 2009 a 2015, de 338 empresas listadas na BM&FBovespa revelaram que no âmbito do mercado de capitais brasileiro: há relação positiva entre a opinião modificada e a troca do auditor no período seguinte; e o fato da firma de auditoria ser uma big four ou a empresa cliente pertencer aos segmentos de governança corporativa do mercado não reduzem esse risco de descontinuidade contratual entre as partes, nos casos de emissão de opinião modificada.

Biografia do Autor

José Alves Dantas, Professor da Universidade de Brasília (UnB)

Doutor em Ciências Contábeis pela Universidade de Brasília (UnB)

Igor Theodoroviz Barreto, Universidade de Brasília (UnB)

Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade de Brasília (UnB)

Paulo Roberto Matos Carvalho, Universidade de Brasília (UnB)

Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade de Brasília (UnB)

Referências

ABBOTT, L. J.; PARKER, S.. Auditor selection and audit committee characteristics. Auditing: A journal of practice & theory, v. 19, n.2, p. 47-66, 2000. DOI: 10.2308/aud.2000.19.2.47 .

AMERICAN ACCOUNTING ASSOCIATION. A statement of basic auditing concepts. The Accounting Review, v.47(supplement), n.18, 1972.

BASEL COMMITTEE ON BANKING SUPERVISION [BCBS]. The relationship between banking supervisors and banks’ external auditors. BIS, January 2002. Retrieved April 15, 2015 from http://www.bis.org/publ/bcbs87.pdf.

BALTAGI, B. . Econometric analysis of panel data (Vol. 1). John Wiley & Sons, 2008.

CARCELLO, J. V.; NEAL, T. L. Audit committee characteristics and auditor dismissals following “new” going-concern reports. The Accounting Review, v. 78, n. 1, p. 95-117, 2003. DOI: 10.2308/accr.2003.78.1.95 .

CHOW, C. W.; RICE, S. J. Qualified audit opinions and auditor switching. Accounting Review, p. 326-335, 1982.

DANTAS, J. A. Auditoria em instituições financeiras: determinantes de qualidade no mercado brasileiro. Dissertação de Doutorado. Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2012.

DANTAS, J. A.; CHAVES, S. T.; SILVA, M. R.: CARVALHO, R. P. Determinações de refazimento/republicação de demonstrações financeiras pela CVM: O papel dos auditores independentes. Revista Universo Contábil, v. 7, n. 2, p. 45-64, 2011. DOI: 10.4270/ruc.2011212 .

DANTAS, J. A.; DE MEDEIROS, O. R. Determinantes de Qualidade da Auditoria Independente em Bancos. Revista Contabilidade & Finanças, v. 26, n. 67, p. 43-56, 2015. DOI: 10.1590/1808-057x201400030 .

DeANGELO, L.E. Auditor size and audit quality. Journal of Accounting and Economics, vol. 3. p. 183-199, 1981. DOI: 10.1016/0165-4101(81)90002-1 .

FRANCIS, J. R.; WILSON, E. R. Auditor changes: A joint test of theories relating to agency costs and auditor differentiation. Accounting Review, p. 663-682, 1988.

GUJARATI, D. N. Econometria básica. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier-Campus, 2006.

HASSINK, H. F.; BOLLEN, L. H.; MEUWISSEN, R. H.; DE VRIES, M. J. Corporate fraud and the audit expectations gap: A study among business managers. Journal of international accounting, auditing and taxation, v. 18, n. 2, p. 85-100, 2009. DOI: 10.1016/j.intaccaudtax.2009.05.003 .

HASKINS, M. E.; WILLIAMS, D. D. A contingent model of intra-Big 8 auditor changes. AUDITING-A JOURNAL OF PRACTICE & THEORY, v. 9, n. 3, p. 55-74, 1990.

HENNES, K. M.; LEONE, A. J.; MILLER, B. P. The importance of distinguishing errors from irregularities in restatement research: The case of restatements and CEO/CFO turnover. The Accounting Review, v. 83, n. 6, p. 1487-1519, 2008. DOI: 10.2308/accr.2008.83.6.1487 .

HENNES, K. M.; LEONE, A. J.; MILLER, B. P. Determinants and market consequences of auditor dismissals after accounting restatements. The Accounting Review, v. 89, n. 3, p. 1051-1082, 2013. DOI: 10.2308/accr-50680 .

INTERNATIONAL ACCOUNTING STANDARDS BOARD [IASB]. Normas Internacionais de Relatório Financeiro 2011. São Paulo: Ibracon, 2015.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA [IBGC]. Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa. São Paulo: IBGC, 2009.

LARCKER, D.; RICHARDSON, S. Fees paid to audit firms, accrual choices, and corporate governance. Journal of Accounting Research, v. 42, n. 3, p.625-658, 2004. DOI: 10.1111/j.1475-679X.2004.t01-1-00143.x .

LONGO, C. G. Manual de Auditoria e Revisão de Demonstrações Financeiras. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011.

MARTINS, G. A. Manual para elaboração de monografias e dissertações. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

MORAES, A. J.; MARTINEZ, A. L. Associação entre a remuneração dos auditores independentes e o Q de Tobin. In: Congresso USP de Controladoria e Contabilidade, 14., São Paulo, 2014.

MURCIA, F. D. R.; BORBA, J. A.; SCHIEHLL, E. Relevância dos red flags na avaliação do risco de fraudes nas demonstrações contábeis: a percepção de auditores independentes brasileiros. Revista Universo Contábil, v. 4, n. 1, p. 25-45, 2008.

NELSON, M. W.; ELLIOTT, J.; TARPLEY, R. L. Evidence from auditors about manager’s and auditor’s earnings management decisions. The Accounting Review, v. 77, Suplement, p. 175-202, 2002. DOI: 10.2308/accr.2002.77.s-1.71 .

NIYAMA, J. K.; RODRIGUES, A. M. G.; RODRIGUES, J. M. Algumas reflexões sobre contabilidade criativa e as normas internacionais de contabilidade. Revista Universo Contábil, v. 11, n. 1, p. 69-87, 2015. DOI: 10.4270/ruc.2015104 .

NIYAMA, J. K.; SILVA, C. A. T. Teoria da Contabilidade. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2013.

SANTOS, A. D.; GRATERON, I. R. G. Contabilidade criativa e responsabilidade dos auditores. Revista Contabilidade & Finanças, v. 14, n. 32, p. 07-22, 2003. DOI: 10.1590/s1519-70772003000200001 .

SCHWARTZ, K. B.; MENON, K. Auditor switches by failing firms.Accounting Review, p. 248-261, 1985.

SECURITIES AND EXCHANGE COMMISSION [SEC]. Final Rule: Revision of the Commission's Auditor Independence Requirements. Release No. 33-7919. Washington, DC:

SEC, 2000. Retrieved April 02, 2015 from http://www.sec.gov/rules/final/33-7919.htm.

TEOH, S. H. Auditor independence, dismissal threats, and the market reaction to auditor switches. Journal of Accounting Research, p. 1-23, 1992. DOI: 10.2307/2491089 .

WATTS, R. L.; ZIMMERMAN, J. L. Positive accounting theory, 1986.

WOODS, M.; HUMPHREY, C., DOWD, K.; LIU, Y. L. Crunch time for bank audits? Questions of practice and the scope for dialogue. Managerial auditing journal, v. 24, n. 2, p. 114-134, 2009. DOI: 10.1108/02686900910924545 .

ZAGONOV, M. Audit quality and bank risk under heterogeneous regulations. In: European Accounting Association, Annual Meeting, Rome, Italy, 34., 2011. Proceedings…, 2011.

Downloads

Publicado

2017-12-09

Como Citar

Dantas, J. A., Barreto, I. T., & Carvalho, P. R. M. (2017). Relatório com modificação de opinião: risco para o auditor?. Revista Contemporânea De Contabilidade, 14(33), 140–157. https://doi.org/10.5007/2175-8069.2017v14n33p140

Edição

Seção

Artigos