Nadsat - A linguagem da violência: do romance ao filme

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8026.2017v70n1p257

Resumo

Nadsat, uma linguagem artificial construída por Anthony Burgess, é usada em seu romance, aparentemente, como meio de imersão, alienação e repulsão do leitor. A adaptação cinematográfica de Kubrick de Laranja Mecânica reconhece o papel supremo de Nadsat e dá vida a ela como uma língua falada através das linhas de Alex e seus droogs. O objetivo do presente artigo é, portanto, examinar a linguagem artificial do autor, suas ocorrências no livro, bem como na adaptação cinematográfica, seguindo as contribuições de Gualda (2010) e Hutchings (1991) aos estudos cinematográficos, ao mesmo tempo que apontamos os significados da glossopéia e efeitos sobre a audiência, e como tanto o autor quanto o diretor parecem manipular as implicações da teoria da recepção como formuladas por Wolfgang Iser (1978). As perguntas respondidas por este artigo são se o papel desempenhado por Nadsat no romance corresponde àquele jogado no filme; e quais são as implicações da teoria de recepção de Iser no romance e no filme. Os resultados mostrarão que sem uma compreensão de Nadsat o leitor / espectador não será capaz de preencher as lacunas de interpretação deixadas por Burgess e Kubrick.

Biografia do Autor

Israel Alves Correa Noletto, IFPI - Instituto Federal do Piauí, campus São Raimundo Nonato

Israel Noletto é professor de língua inglesa no Instituto Federal do Piauí, campus São Raimundo Nonato e atualmente cursa pós-graduação em nível de mestrado (em Letras) na Universidade Federal do Piauí (UFPI).

Margareth Torres de Alencar Costa, State University of Piauí

Margareth Torres de Alencar Costa teaches Spanish as a foreign language at UESPI (Piauí State University) and Literary Theory at UFPI (Piauí Federal University). She has a Doctorate in Literature from UFPE (Pernambuco Federal University/2013), a Master of Arts also in Literature from UFPE (Pernambuco Federal University/2002), and a degree in English and in Spanish from UESPI (Piauí State University/ 1992 and 2012 respectively).

Referências

Bakhtin, M. M. The Dialogic Imagination: Four Essays. Austin: Ed. Michael Holquist, 1981.

Bluestone, George. Novels into Film. Berkeley, University of California Press, 1973.

Burgess, Anthony. A clockwork orange. London: Penguin, 1962.

Conley, Tim. Cain, Stephen. Encyclopedia of Fictional and Fantastic Languages. Westport: Greenwood Press, 2006.

Evans, Robert O. Nadsat: The Argot and its implications in Anthony

Burgess’ “A clockwork orange”. Indianapolis: Indiana University Press, Journal of Modern Literature, vol. 1, number 3, March, 1971, pp. 406-410.

Grumbecht, Hans Ulrich. A teoria do efeito estético de Wolfgang Iser. In: Teoria da literatura em suas fontes – vol. 2. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 2002, pp. 989-1014.

Gualda, Linda Catarina. Literatura e Cinema: elo e confronto. São Paulo: vol. 3, number 2, p. 201-220, jan./jul., 2010.

Hutchings, William. “What’s It Going To Be Then, Eh?”: The Stage Odyssey of Anthony Burgess’s A clockwork orange. Toronto: University of Toronto Press, Modern Drama, vol. 34, number 1, pp. 35-48, Spring, 1991.

Iser, Wolfgang. The act of reading: A theory of aesthetic response.

Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1978.

Kubrick, Stanley. A clockwork orange Screenplay. New York: Warner Bros., 1971.

McQueen, Sean. Adapting to language – Anthony Burgess’s and

Stanley Kubrick’s A clockwork orange. Liverpool: Liverpool University Press, Science Fiction Film and Television, vol. 5.2, pp. 221-241, 2012.

Ravyse, Nathasha E. Nadsat: The oscilation between reader immersion and repulsion. Meyerton: Northwest University, Literator, vol. 35, number 433, pp. 1-5, 2013.

Vadillo, Aída Gámez. La lengua artificial Nadsat de A clockwork orange como problema de traducción. Barcelona: Universitat Autònoma de Barcelona, 2015.

Publicado

2017-01-27

Edição

Seção

Artigos