Os dilemas do indefinido: utopia, fluidez e subjetividade em Stone, de Adam Roberts

Autores

  • André Cabral de Almeida Cardoso Universidade Federal Fluminense (UFF)
  • Carla de Figueiredo Portilho Universidade Federal Fluminense (UFF)

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8026.2017v70n2p107

Resumo

O romance Stone é a narrativa em primeira pessoa de Ae, o único criminoso em uma utopia pós-humana na qual o uso da nanotecnologia levou a humanidade à plenitude. Nessa sociedade, Ae é um excluído. Um dia, porém, ele recebe uma proposta de liberdade e riqueza em troca de matar toda a população de um planeta. Ao aceitá-la, Ae deve tentar cumprir sua missão ao mesmo tempo em que se questiona e investiga quem o teria contratado. No conflito entre esse indivíduo desviante e a utopia, Stone examina os próprios limites dessa utopia, apoiada na ideia de fluxo e indefinição, e dos modelos de subjetividade que ela cria. A noção de utopia como um projeto social bem definido é trocada pela imagem de corpos utópicos, influenciados por tecnologias que põem em questão as definições de humano e pós-humano. Nessa rede de tensões e indefinições, levanta-se a possibilidade de que o indivíduo marginalizado e sociopata seria o único capaz de examinar de forma profunda a realidade num mundo anestesiado pelo conforto.

Biografia do Autor

André Cabral de Almeida Cardoso, Universidade Federal Fluminense (UFF)

Professor de Literaturas de Língua Inglesa - Departamento de Letras Estrangeiras Modernas (GLE)

Carla de Figueiredo Portilho, Universidade Federal Fluminense (UFF)

Professora de Literaturas de Língua Inglesa - Departamento de Letras Estrangeiras Modernas (GLE)

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Publicado

2017-06-05

Edição

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Artigos