Derramam-se os horizontes: por uma experiência literária cinética

Autores

  • Ligia G. Diniz Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8026.2017v70n2p71

Resumo

Neste ensaio, proponho pensar em possibilidades de leitura de obras literária que não se restrinjam à tradição hermenêutica e abram espaço para uma vivência afetiva da literatura, isto é, para seus efeitos sensoriais, perceptuais e emocionais. Para tanto, entendo que a tendência muitas vezes chamada pós-humanista – que se volta, por exemplo, ao pensamento etológico e a reflexões oriundas da ficção científica – pode ser complementada pela antropologia, e o perspectivismo ameríndio, na configuração de um espaço híbrido na consciência, em um imaginário somático e cinético.

Biografia do Autor

Ligia G. Diniz, Universidade de Brasília

É doutora em Literatura pela Universidade de Brasília (UnB, 2016), com período "sanduíche" na Universidade de Stanford (EUA, 2014-2015), onde pesquisou modos de ler literatura que se concentram na possibilidade de mobilização dos afetos e na inserção somática do leitor no mundo das coisas, por meio da imaginação. É mestra em Literatura, também pela UnB (2012). Pesquisa questões da leitura e os limites e possibilidades da literatura como representação, com foco na experiência estética. Possui graduação em Jornalismo pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso - FACHA (2004) e em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ (2000).

Referências

COETZEE, J. M. The Lives of Animals. Princeton: Princeton University Press, 1999.

DERRIDA, Jacques. De La Grammatologie. Paris: Les Éditions de Minuit, 1967.

DICKINSON, Emily. The Complete Poems of Emily Dickinson. Boston, New York: Back Bay, 1976.

GUMBRECHT, Hans Ulrich. ’Lost in Focused Intensity": Spectator Sports and Strategies of Re-Enchantment. In: LANDY, JOSHUA; SALER, MICHAEL (Org.). . The Re-Enchantment of the World: Secular Magic in a Rational Age. Stanford: Stanford University Press, 2009. p. 149–158.

HUGHES, Ted. New Selected Poems 1957-1994. London: Faber and Faber, 2010a.

HUGHES, Ted. O jaguar. Suplemento Literário, n. 1332, p. 40, 2010bTradução Sérgio Alcides. . Acesso em: 2 set. 2015.

LEM, Stanislaw. Solaris. Tradução Joanna Kilmartin; Steven Cox. New York: Faber and Faber, 1970.

LÉVI-STRAUSS. Leçon d’écriture. Tristes tropiques. Paris: Plon, 1955. p. 347–360.

LÉVI-STRAUSS, Claude. La Science du concret. La Pensée Sauvage. Paris: Plon, 1962. p. 3–47.

LIBRANDI-ROCHA, Marília. Escutar a escrita: por uma teoria literária ameríndia. O Eixo e a Roda, v. 21, n. 2, p. 179–202, 2012.

NAGEL, Thomas. What is it like to be a bat? The Philosophical Review, v. 83, n. 4, p. 435–450, 1974.

NODARI, Alexandre. A literatura como antropologia especulativa. Revista da Anpoll, v. 38, p. 75–85, 2015.

PEIRCE, Charles Sanders. Collected Papers. Cambridge, MA: Harvard University Press, 1974. v. I - Principles of Philosophy.

Publicado

2017-06-05

Edição

Seção

Artigos