Tradução automática e poesia: o caso do inglês e do português

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8026.2019v72n2p41

Resumo

Este artigo se propõe a analisar as traduções para o português de três poemas ingleses, "Uma carta é uma alegria da Terra", de Emily Dickinson, "Para um estranho", de Walt Whitman, e "Sandra", de Charles Bukowski. Três traduções de três tradutores humanos, Geir Campos, Pedro Gonzaga e Jorge de Sena, são comparadas às traduções feitas pelo Google Translate para avaliar a qualidade da tradução automática. Esta pesquisa mostra que as traduções automáticas são menos “ridículas” do que outras e são, de fato, bastante aceitáveis. Nos casos que investigamos, as traduções automáticas às vezes são tão aceitáveis quanto as feitas pelos tradutores profissionais e podem até mesmo ajudá-las a cometer erros por meio da falta de atenção ou ignorando todas as possibilidades no caso de palavras polissêmicas. As traduções do Google são obviamente mais claras e há uma série de erros nelas do tipo que se espera: concordâncias erradas, interpretações erradas de palavras polissêmicas, interpretação errada de palavras de gênero. No entanto, no geral, os resultados são muito mais satisfatórios do que o previsto. O Google Tradutor, ou programas semelhantes, podem ajudar os tradutores com alternativas diferentes, embora de som. Além disso, as traduções automáticas fornecem uma ferramenta útil para analisar as idiossincrasias dos tradutores.

Biografia do Autor

Philippe Humblé, Vrije Universiteit Brussel

Possui graduação em Filologia Românica - Universidade Católica de Louvain (Bélgica) (1978), Mestrado Estudos Hispânicos pela mesma universidade (1982) e doutorado em Letras (Inglês e Literatura Correspondente) pela Universidade Federal de Santa Catarina / University of Birmingham UK (1997). Fez Pós-Doutorado na Universidade Católica de Louvain (2003-2004). Trabalhou de 1984 a 2007 na Universidade Federal de Santa Catarina, dando aulas de Espanhol (língua e literatura) na Graduação e de Tradução e Lexicografia na Pós-Graduação em Estudos da Tradução e na Pós-Graduação em Lingüística. Tem experiência na área de Lingüística Aplicada, com ênfase em Lexicografia e Tradução literária, atuando principalmente nas seguintes áreas: Tradução, Lexicografia, Ensino de línguas estrangeiras e Literatura espanhola (Cervantes), Literatura latino-americana (Borges) e Literatura japonesa em tradução. Desde 2008 trabalha no Departamento de Lingüística Aplicada (Espanhol) da Vrije Universiteit Brussel em Bruxelas (Bélgica). Além dos interesses acima mencionados, trabalha atualmente com tradução literária, literatura comparada -mais especificamente de comunidades de imigrantes-, e comunicação intercultural.

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Publicado

2019-05-31