O bibliotecário é um profissional da informação capacitado a planejar, organizar, gerenciar Bibliotecas - públicas, escolares, universitárias, infantis; Centros, Serviços e Redes de Informação e Documentação em empresas, bancos, sindicatos, discotecas, editoras, arquivos, museus e outras organizações. É um profissional de nível superior, conforme a Lei n. 4.084, de junho de 1962. A formação deste profissional, dá-se através do processo formal oferecido por cursos de graduação e de pós-graduação, por conhecimentos adquiridos em seu local de atuação, ou oferecidos pelas associações profissionais. Dá-se também, pela atualização permanente influenciada pelas exigências do mercado, dentro das características políticas, econômicas, sociais e culturais de cada região, estado e país.
A formação bibliotecária tem por base a erudição e a técnica. A primeira escola de biblioteconomia de nível superior, foi fundada em Paris, 1821: École de Chartes calcada na erudição. A segunda escola surgiu quase meio século depois na América em 1887, com enfoque técnico: School of Library Economy fundada por Melvil Dewey - Universidade de Columbia (Fonseca, 1992).
O bibliotecário é um dos profissionais de informação responsável
principalmente pelo tratamento de informação bibliográfica produzida nos meios
acadêmicos e intelectuais, e parece ser inegável seu papel no tratamento e
acesso à informação. No entanto, apesar de seu papel histórico na intermediação
e produção do conhecimento, o seu reconhecimento social e profissional é pouco
visível. Onde estariam as razões deste pouco conhecimento e reconhecimento?
A hipótese levantada por Souza, acerca do caráter elitista da profissão e o
distanciamento entre teoria e prática citada por Tálamo, poderiam explicar o
pouco conhecimento da área de biblioteconomia e do profissional bibliotecário,
na sociedade brasileira. Porém, Guimarães e Guarezzi (1994) levantam um aspecto
negligenciado pela categoria profissional: A divulgação do profissional em
biblioteconomia. Esses autores afirmam que:
"Divulga-se a biblioteca, estuda-se o usuário, dissemina-se a
informação. Isso é fato. Mas não é
tão comum divulgar-se a bibliote-conomia, estudar-se o
bibliotecário, disseminar-se a informação sobre a
profissão. Navegar, pois é preciso, nos mares da
profissão, analisando o perfil do profissional e sua
importância na atualidade. Afinal, quem é o profissional
da informação?"
A literatura da década de 70 já alertava a problemática da falta de divulgação da profissão. Num trabalho publicado por Targino (1986), é detectado que o desconhecimento leva a conseqüente desvalorização da profissão do bibliotecário. Na percepção de Antônio Miranda: "o homem só ama aquilo que conhece. Na literatura é questionado ainda autores a quem caberia tal divulgação?" (Guimarães e Guarezzi, 1994). Porém, já é possível afirmar que o interesse pelo estudo da questão profissional vem crescendo a nível nacional e internacional . Em termos nacionais podemos citar autores como: Pimentel (1985), Mueller (1989), Giuliano ( 1982) , Oliveira (1983), Almeida Junior (1985), Robredo (1985) e Souza (1991). Em nível internacional temos os esforços levados a cabo na Inglaterra (pela Library Association), Espanha e França Ruse (1989) , Amat (1991), Michel (1993) citados por Guimarães e Guarezzi (1994). Destaca-se ainda a constituição do grupo MIP - Modern Information Professional pela Federação Internacional de Documentação - FID.
Para Guimarães e Guarezzi (1994): "Igualmente importante, é atingir os usuários - de hoje e de amanhã - estes entendidos não apenas como os que se valem dos serviços bibliotecários mas, indo além, aqueles que, por tal razão, poderão vir a contratar tais serviços".
Ampliando o universo apontado por Guimarães e Guarezzi, é necessário incluir neste universo de divulgação o público infantil, principalmente em nível escolar.
A socialização de um indivíduo acorre em dois níveis: a socialização primária e secundária. A socialização primária, é experimentada na infância, é quando o indivíduo se torna membro da sociedade. A socialização secundária é um processo subsequente, baseada nas instituições da sociedade constituída. A socialização é processo dialético entre realidade objetiva e subjetiva percebida pelo indivíduo desde sua mais tenra idade (Berger e Luckmann, 1990).
A percepção do mundo objetivo e subjetivo é o conhecimento e adquirido através dos sentidos, é formação de idéias, a partir do mundo objetivo que chegam ao indivíduo por diferentes formas de comunicação.
A percepção não deve ser analisada de uma única maneira. Por ser uma atividade psicológica deve ser interpretada com base no contexto em que o indivíduo se encontra. Segundo Pinto (1990) a percepção depende das experiências que o percebedor tem de si mesmo, combinada à experiência que ele tem do objeto, no contexto onde esse é percebido.
O modo de se perceber as pessoas difere do modo de perceber "coisas" ou objetos materiais. Na percepção interpessoal um fator de grande importância é a comunicação. Se o percebido emite mensagens de recusa em relação ao percebedor, a percepção não será realizada ou poderá ocorrer de forma difusa. Assim boa percepção e boa comunicação mutuamente se implicam.
A divulgação de uma categoria profissional tem como elementos a socialização imbuídas da percepção em nível primário e secundário do indivíduo. Miranda citado por Guimarães e Guarezzi ( 1994), afirma que só amamos o que conhecemos. Qual seria a percepção, conhecimento ou aproximação do público escolar com a figura do bibliotecário? Quais seriam as variáveis percebidas pelo público escolar com relação ao bibliotecário? O quê a criança pensa a respeito do bibliotecário? O ambiente informacional tem alguma influência na sua percepção em relação ao profissional bibliotecário?
Esse descaso leva os profissionais envolvidos no processo a terem uma atitude passiva e cômoda em relação a problemática gerada. Mais que uma instituição difusora do conhecimento, a biblioteca escolar tem como função primordial a de criar cidadãos, contribuindo com a escola no processo de ensino/aprendizagem, ou seja, desempenhando um importante papel na educação da população. Na visão de Nery (1989)"A biblioteca escolar é o centro do fazer educativo."
Dentro desse contexto a biblioteca escolar deve ser administrada de forma a estar sempre voltada para atender as necessidades que os programas escolares exigem, sendo de vital importância a participação dos professores e demais componentes da escola nas atividades desenvolvidas pela biblioteca. Para Silva, E. (1989) sem a participação dos professores, a dinamização da biblioteca escolar dificilmente será viabilizada na prática, pois é o planejamento do ensino que determina o tempo acadêmico dos alunos.
O profissional bibliotecário, em especial o bibliotecário escolar, tem dentre suas funções primordiais a de educar. Segundo Sobral (1982) o bibliotecário é um educador de forma geral e um programador de meios em especial. Cabe a ele exercer real influência sobre a qualidade do programa geral da escola e, diretamente, sobre a programação total da biblioteca. "Cabe ao profissional em atuação na biblioteca escolar torná-la objeto de reflexão e espaço de participação para todos os segmentos da escola e da comunidade na qual ela se insere."(Silva, W. 1995)
Dentro deste contexto foram levantadas questões de reflexão dentro do Projeto de Extensão O BIBLIOTECÁRIO: QUEM É? O QUE FAZ? atuando na formação continuada e garantindo o direito a informação/UDESC/FAED. As inquietações resultaram em investigar a percepção social que o público escolar de 1ª a 4ª série tem sobre o profissional bibliotecário, tendo como objetivos específicos:
- Identificar qual a imagem elaborada acerca do bibliotecário pelo público escolar de 1ª a 4ª série do I grau;
- Verificar qual a imagem percebida pelo público escolar do bibliotecário através da técnica do desenho e da redação;
- Valorizar o profissional bibliotecário nas atividades desenvolvidas pelo público escolar;
- Garantir a divulgação da atividade bibliotecária no processo de socialização do público escolar de 1ª a 4ª série do I grau.
A coleta de dados efetuou-se através da técnica do desenho para a 1ª e 2ª série, e a técnica da redação livre para os alunos da 3ªe 4ª série do público alvo do estudo. Para complementar os dados foram solicitadas descrições das coordenadoras do C.C.J. e pela orientadora educacional do C.E.G.V., acerca das turmas onde os dados foram coletados.
Em 1919 começou a oferecer aos alunos o Curso Normal, responsável pela formação de educadores. Atualmente abriga 5176 alunos, 271 professores e 135 funcionários, e oferece ensino do pré-escolar ao II grau, sendo que no I grau oferece Educação Especial para alunos portadores de deficiências. No II grau oferece os seguintes cursos: Educação Geral, com Terceirão; Técnico em Enfermagem e Magistério de I grau.
Atualmente o C.E.G.V. oferece ensino da pré-escola ao 2º grau, sendo que no 2º grau oferece os cursos: Técnico de Administração, Desenhista de Instalações Elétricas, Magistério e Educação Geral, além do curso de preparação pré-vestibular (O Terceirão). Em convênio com a Prefeitura Municipal de Florianópolis, a escola oferece o Curso de Alfabetização de Jovens e Adultos e Supletivo de 1ª à 8ª séries.
Figura 1- A percepção do profissional bibliotecário pelo público escolar de I grau do C.C.J. e C.E.G.V.
Esse fato confirma o conceito de que as crianças tendem a perceber o profissional no contexto o qual está inserido. Para a criança é difícil a dissociação entre bibliotecário e biblioteca. Para Sá (1994), "a criança tende a generalizar suas percepções. O objeto se confunde com a própria percepção e o conceito substitui integralmente o objeto." Para Kesserlring (1990), a criança com idade entre 1 a 8 anos está no segundo nível de desenvolvimento, neste período reduz a perspectiva de outras pessoas a sua perspectiva - não tem capacidade de diferenciação.
Essa mesma conceituação pode ser utilizada para explicar os percentuais obtidos nos Colégios Coração de Jesus e Getúlio Vargas na categoria bibliotecário versus estante, que denota a confusão ou generalização feita pelas crianças entre objeto e contexto. Allport, citado por Pinto, 1990, afirma que "o processo de perceber pessoas é e não é como os outros processos perceptuais. A principal diferença é que os objetos humanos, ao contrário dos outros objetos, nos impressionam com suas finalidades, sua animação, suas intenções para conosco e sua relativa imprevisibilidade. Uma excitação específica liga-se à percepção de pessoa."
Essa conceituação é confirmada ainda nos dados levantados no que refere-se a descrição por parte dos alunos do bibliotecário e das funções por ele desempenhadas. Segundo Sobral (1982) o bibliotecário escolar no desempenho de suas funções, realiza atribuições administrativas, educativas e técnicas. As atribuições administrativas relacionam-se com a organização do acervo, planejamento de instalação e manutenção da biblioteca etc; as educativas, ao incentivo à leitura, planejamento de atividades relacionadas ao currículo escolar, orientação de uso da biblioteca, interação com os professores, etc; e as técnicas, ao processamento técnico, seleção e aquisição de acervo, organização do serviço de empréstimo etc. Assim, o bibliotecário foi retratado realizando alguma função profissional, ou seja, buscando um livro na estante, sentado na mesa atendendo a um usuário, atrás do balcão de empréstimo, fazendo a "hora do conto" etc.
As atividades retratadas não relacionam-se as atividades técnicas, mas as atividades educativas e administrativas. Para Silva, W., 1995 "... o bibliotecário escolar é uma espécie de coordenador da biblioteca, responsável, como já denota o termo, pela coordenação das sugestões, idéias, atividades vindas de todos os pontos da escola, sempre visando a transformação da biblioteca escolar num espaço dinâmico e articulado com o trabalho desenvolvido pelo professor.(...), o florescimento da postura de educador no bibliotecário escolar implica o seu desprendimento das tarefas mais técnicas. (...), não é possível admitir que o bibliotecário, especialmente o escolar, prenda-se a minúcias tecnicistas e, como conseqüência, relegue a planos inferiores o seu papel principal, qual seja, a orientação do leitor, sobretudo dos mais inexperientes, no contato com a biblioteca. A difusão da informação e a promoção da leitura."
Figura 2 - Representação das funções profissionais referentes ao bibliotecário percebidas pelo público escolar de 3ª e 4ª série do C.C.J.
A função bibliotecária de atendimento é percebida com bastante ênfase elos alunos do C.E.G.V., conforme a figura 3 abaixo:
Figura 3 - Representação das funções profissionais referentes ao bibliotecário percebidas pelo público escolar de 3ª e 4ª série do C.E.G.V.
A literatura atual aponta a problemática da interação biblioteca e escola. Para Amato e Garcia (1989) "os bibliotecários recebem alunos sem orientação para os trabalhos de pesquisa e se revoltam com o que costumam chamar ‘de falta de orientação dos professores’, que, por sua vez, alienam completamente a biblioteca do contexto educação, como se o bibliotecário não fizesse parte do trabalho educativo."
Ao analisar-se os dados obtidos detecta-se a freqüente relação entre atendimento e auxílio à pesquisa por parte dos alunos; observando ainda os dados referentes ao comportamento amigável do bibliotecário leva a crer que essa realidade não pôde ser detectada na população estudada, contrastando com a opinião da literatura na área. Essa afirmação pode ser confirmada através dos textos abaixo, retirado das redações.
Essas qualidades são complementadas por Amato e Garcia, 1989, que consideram que o responsável pela biblioteca escolar "deve ser um elemento sempre atento às atividades que são desenvolvidas pelos professores, auxiliando-os na função pedagógica. Deve ter criatividade, interesse, um certo conhecimento em organização de bibliotecas, para que os serviços prestados visem a um arranjo que facilite o manuseio do acervo e o atendimento do leitor."
Através dos dados coletados no C.E.G.V. percebe-se a importância que os alunos atribuem a função do bibliotecário de emprestar e localizar as obras, revelando o conceito por parte desses alunos do papel intermediador do bibliotecário entre o usuário e o livro, conforme pode ser observado nos gráficos, já apresentados.
Os alunos da 3ª e 4ª série do C.C.J. enfatizam a função bibliotecária lazer, o que não pôde ser observado nos dados do C.E.G.V., que não faz menção a essa função. Esse fato explica-se pelo motivo de que no C.C.J. a hora do conto é uma atividade constante e freqüente, envolvendo professores, plano de aula e alunos. As professoras e bibliotecárias Amato e Garcia (1989) defendem que a ação dinâmica da biblioteca deverá servir ao programa escolar: daí a necessidade de atividades em grupo, tais como: dramatização, jogos, hora do conto... Essas atividades encontram-se refletidas na realidade do C.C.J., fazendo com que na opinião dos alunos a biblioteca seja um local de lazer, conforme observa-se nos textos das redações obtidas na coleta de dados.
"Lá dentro da biblioteca é feito muitas coisas, como: gincanas, leituras, e muitas outras coisas."
- colocar à disposição dos alunos um ambiente que favoreça a formação e desenvolvimento de hábitos de leitura e pesquisa;
- oferecer aos professores o material necessário à implementação de seus trabalhos e ao enriquecimento de seus currículos escolares;
- colaborar no processo educativo, oferecendo modalidades de recursos, quanto à complementação do ensino-aprendizagem, dentro dos princípios exigidos pela moderna pedagogia;
- proporcionar aos professores e alunos condições de constante atualização de conhecimentos, em todas as áreas do saber;
- conscientizar os alunos de que a biblioteca é uma fonte segura e atualizada de informações;
- estimular nos alunos o hábito de freqüência a outras bibliotecas em busca de informação e/ou lazer;
- integrar-se com outras bibliotecas, proporcionando: intercâmbios culturais, recreativos e de informações."
(...)
Eu sempre vou a biblioteca para duas coisas: Pesquisar e Aprender."
"A biblioteca ela nos ensina e as bibliotecária nos empestra livros e da de fazer trabalhos e nos ensina as coisas que ajente não sabe tudo que a biblioteca faz anós..."
"Quando eu quero fazer pesquisas e preciso de
algum livro para procurar eu vou direto a biblioteca buscar, e uma das
bibliotecárias vem me ajudar."
É importante ressaltar que a bibliotecária no exercício de suas funções deve estar atenta aos direitos e deveres dos usuários para que as normas e regulamentos da biblioteca não impeçam os alunos de terem livre acesso ao acervo e as informações. A professora Nery, 1989, traz como reflexão o fato de que:
A associação constante do bibliotecário ao seu ambiente de trabalho e aos aspectos físicos do ambiente demonstram que os alunos percebem o profissional em seu contexto, percebendo seu desempenho e formulando seu perfil a partir da apresentação física estrutural da Biblioteca. Portanto se a biblioteca (o ambiente) estiver desorganizada, mal cuidada em seu aspecto físico, com aparência confusa e entulhada, esta será a percepção formulada pelo aluno com respeito ao próprio profissional. Assim, um ambiente claro, limpo e bem organizado é demonstração, para os alunos, de um profissional capaz, eficiente e dinâmico.
As atividades desenvolvidas na biblioteca do C.C.J. proporcionam aos alunos uma maior interação com a biblioteca, fazendo com que a percepção formulada pelos mesmos seja voltada para um compartilhamento de idéias entre bibliotecário e biblioteca. Desse modo, as atividades inerentes ao profissional bibliotecário podem ser melhor analisadas e compreendidas pelos alunos, que se encontram inseridos no contexto da biblioteca. A promoção de tais atividades torna possível uma maior divulgação do profissional e das atividades por ele desempenhadas.
Para uma maior divulgação do profissional bibliotecário, então, é necessária uma nova postura. O bibliotecário deve sair detrás do balcão e procurar uma maior interação com seu público. O usuário só é capaz de (re)conhecer o trabalho ou atividade desenvolvida pelo bibliotecário se for parte atuante da mesma, ou seja, se puder manter contato direto com o profissional responsável pelo atendimento de suas necessidades informacionais.
Para atuar no serviço de referência e atendimento ao público, algumas qualidades pessoais são necessárias: cordialidade, bom diálogo, paciência e amabilidade, tornam o bibliotecário um profissional mais receptivo. Através dessas qualidades e de uma boa atuação nas atividades bibliotecárias acima citadas, o bibliotecário poderá promover sua profissão e quebrar paradigmas que ainda estão no imaginário popular acerca do profissional bibliotecário. Assim, a imagem de profissional emburrado, desmotivado e apático, poderá ser substituída por uma postura profissional mais dinâmica, flexível, criativa e de maior credibilidade.
O profissional bibliotecário, escolar ou não, deve buscar valorizar sua
profissão repensando suas atitudes e atividades. Assim, a prioridade para o
profissional bibliotecário deve ser atender as necessidades reais e potenciais
de seus usuários, em tempo hábil e de forma eficaz e eficiente. Somente dessa
maneira sua profissão será valorizada, visto que, estará promovendo um
desenvolvimento de outras atividades pelas quais ela é responsável em dar
suporte.
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