Contra o consenso: o "político" em Chantal Mouffe e os desafios na construção de uma nova hegemonia democrática radical

Autores

  • João Gabriel Vieira Bordin Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.5007/1806-5023.2015v12n1p126

Resumo

O presente artigo se debruça sobre alguns dos problemas teóricos e empíricos levantados por Mouffe na constituição do que ela chama de nova hegemonia democrática radical e plural. A resposta que ela dá passa, como veremos, pela reafirmação da dimensão "do político", isto é, do antagonismo contra o paradigma liberal-democrata hegemônico que supõe a possibilidade (e a desejabilidade) do consenso, e que ela denomina genericamente de "modelo de consenso". O artigo subdivide-se em, além da conclusão e de uma breve introdução acerca das implicações teóricas das teses de Laclau e Mouffe para a tradição marxista da qual eles se afastam, em outras duas seções. A primeira analisa o significado "do político" em Mouffe e suas relações com o pluralismo agonista advogado por ela, explicitando seus pontos de tensão com o modelo de consenso. Este é o momento dos problemas teóricos. Num segundo momento, a seção seguinte discute algumas implicações destes problemas em relação aos desafios empíricos que enfrenta a prática política contemporânea a fim de avançar em direção a uma democracia radical e plural. O artigo conclui chamando atenção para o que julgamos ser o desafio fundamental do modelo pluralista agonista: lograr unir, numa cadeia de equivalências democrática, uma esquerda tradicionalmente fragmentada por vários sujeitos sociais potencialmente antagonistas.

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Publicado

2015-07-16

Edição

Seção

Artigo