Contratarianismo hobbesiano?
DOI:
https://doi.org/10.5007/1677-2954.2016v15n3p509Resumo
Thomas Scanlon buscou desenvolver uma abordagem contratualista da moralidade partindo de argumentos fundados apenas em princípios que ninguém poderia razoavelmente rejeitar. Ele acreditava que a maior parte das teorias contratualistas era fundamentada apenas em acordos realizados por agentes autointeressados e queria apresentar uma versão diferente de contrato social. Ele decidiu, então, chamar contratualismo sua teoria e outras fundamentadas na razoabilidade e contratarianismo aquelas fundadas na racionalidade entendida como busca pelo autointeresse. Essa se tornou uma distinção usual e Hobbes tem sido classificado como contratarianista. A posição ocupada por Hobbes deveria, entretanto, ser examinada em detalhe. A compreensão de Hobbes da racionalidade é diferente do autointeresse. Além disso, ele liga a descoberta das leis de natureza, que comandam a reciprocidade, à razão. No entanto, o interesse na preservação da própria vida é um fim importante na teoria dele. O objetivo do presente artigo é mostrar que a teoria de Hobbes é mais interessante e complexa do que a definição do contratarianismo.
Referências
BINMORE, K. G. Game Theory and the Social Contract, vol. 1: Playing Fair. Cambrige/Londres: The MIT Press, 1994.
CUDD, Ann. Contractarianism. In: ZALTA, Edward N. (ed). The Stanford Encyclopedia of Philosophy. 2013. Disponível em: <http://plato.stanford.edu/archives/win2013/entries/contractarianism/>. Acesso em: maio de 2015.
GAUTHIER, David. The Logic of Leviathan: The Moral and Political Theory of Thomas Hobbes. Oxford: Oxford University Press, 1969.
GERT, Bernard. Hobbes and Psychological Egoism, Journal of the History of Ideas, vol. 28, n. 4, 1967, pp. 503-520.
HOBBES, Thomas. Leviathan. Ed. Macpherson. Londres: Penguim Classics, 1651/1985.
LLOYD, S. A. Hobbes’s Reply to the Foole: A Deflationary Definitional Interpretation, Hobbes Studies, vol. XVIII, 2005, pp. 50-73.
MCNEILLY, F. S. Egoism in Hobbes, The Philosophical Quarterly, vol. 16, n. 64, 1966, pp. 193-206.
RAWLS, John. Lectures on the History of Political Philosophy. Ed. Samuel Freedman. Harvard University Press: Cambridge (MA), 2007.
____________. Political Liberalism. Nova Iorque: Columbia University Press, 1993, the revised paperback edition, 1996.
SCANLON. T. M. Contractualism and Utilitarianism. In: SEN, Amartya. WILLIAMS, Bernard (eds). Utilitarianism and Beyond. Cambridge: Cambridge University Press, 1982, pp. 103-128.
_______. What we owe to each other? Cambridge (MA) e Londres: Harvard University Press, 1998.
SEN, Amartya. Rational Fools: A Critique of the Behavioral Foundations of Economic, Philosophy & Public Affairs, vol. 6, n. 4, 1977, pp. 317-344.
_______. The Idea of Justice. Cambridge (MA): Harvard University Press, 2009.
SIBLEY, W. M. The Rational versus the Reasonable, The Philosophical Review, vol. 62, n. 4, 1953, pp. 554-560.
WATKINS, J. W. N. Hobbes’s System of Ideas: a study in the political significance of philosophical theories. Londres: Hutchinson University Library, 1965.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
This obra is licensed under a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional