Heresia e idiotia segundo Schopenhauer: hermenêutica, ceticismo e significação moral do mundo

Autores

  • Ruy de Carvalho Rodrigues Jr. Universidade Estadual do Ceará

DOI:

https://doi.org/10.5007/1677-2954.2016v15n3p467

Resumo

O artigo pretende apresentar e defender a viabilidade de uma leitura da obra de Schopenhauer, em especial de sua metafísica da natureza, em uma dupla perspectiva: hermenêutica e cética; e em uma quádrupla frente: 1) levando a sério a distinção schopenhaueriana entre ser subjetivo e ser objetivo, bem como, no interior deste último, entre consideração subjetiva e objetiva; 2) a partir daquilo que chamo de tese da inteligibilidade inversa; 3) concebendo o processo de objetivação da Vontade nos moldes de uma teoria dos mundos possíveis; 4) compreendendo a matéria (Materie) como noção-limite da filosofia schopenhaueriana e, esta, como uma filosofia do limite. Trata-se menos de conceber um Schopenhauer hermenêuta ou cético que tentar estabelecer um diálogo entre sua obra e uma certa concepção de hermenêutica e ceticismo. Diálogo que seria capaz de encaminhar possíveis soluções para alguns problemas que sua filosofia sempre teve dificuldade em enfrentar, como a significação profunda da noção de Vontade e as implicações cosmológicas a ela ligadas.

 

Biografia do Autor

Ruy de Carvalho Rodrigues Jr., Universidade Estadual do Ceará

Professor da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Formado em Engenharia Civil (UFC) e Filosofia (UECE). Mestre em Ciências Sociais (UFC) e doutor em Filosofia (PUC-SP). Atualmente coordenador do Mestrado em Filosofia da UECE e organizador dos Encontros Internacionais Nietzsche-Schopenhauer.

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Publicado

2016-09-06

Edição

Seção

Artigos