O pessimismo moral schopenhaueriano: origem, significado e alcance

Autores

  • Dax Moraes Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

DOI:

https://doi.org/10.5007/1677-2954.2017v16n2p347

Resumo

“Pessimismo moral” é uma expressão pela qual se pode compreender a tese schopenhaueriana sobre a imutabilidade do caráter, na medida em que declara impossível qualquer espécie de aprimoramento moral, restando apenas a possibilidade de se adaptar o comportamento considerados os limites do egoísmo natural. Por sua vez, trata-se de uma consequência de problemas epistemológicos levantados pela crítica kantiana da razão, a qual foi radicalizada por Schopenhauer. Todavia, o “pessimismo moral” deve ser considerado como um problema metafísico, não como um problema “prático”, podendo ter suas consequências empíricas mais bem analisadas segundo o que se pode denominar “pessimismo antropológico”. Por meio desta última expressão, não entendemos apenas um juízo acerca na natureza humana, mas acerca dos sofrimentos individuais no conflito com um mundo que ameaça os interesses particulares.

Biografia do Autor

Dax Moraes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

Doutor em Filosofia. Professor Adjunto no Departamento de Filosofia da UFRN e membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da mesma universidade. Atua principalmente nas áreas de Metafísica e História da Filosofia em geral. Em seu trabalho recente, dedica-se à filosofia de Schopenhauer e destacam-se artigos e conferências sobre o amor, liberdade e outros temas de interesse nas filosofias da existência. Membro do núcleo de sustentação do GT Schopenhauer da ANPOF.

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2017-12-11

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Artigos