Formulações (de lugar): esforço para alcançar a intersubjetividade em audiências de processos penais

Autores

  • Daniela Negraes Pinheiro Andrade Universidade do Vale do Rio dos Sinos -UNISINOS http://orcid.org/0000-0003-4580-5307
  • Ana Cristina Ostermann Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8412.2017v14n1p1682

Resumo

Amparado na perspectiva teórico-metodológica da Análise da Conversa de base etnometodológica (SACKS, 1992), o artigo investiga interações, gravadas em áudio e transcritas (JEFFERSON, 1974), entre uma juíza e seus interlocutores. Mais especificamente, analisa sequências em que, por meio de descrições de lugar (ou formulações de lugar) (SCHEGLOFF, 1972), os participantes negociam a intersubjetividade (ou compreensão mútua) sobre como se configuram espaços geográficos e sobre as quais a juíza produz formulações (de entendimento) (HERITAGE; WATSON, 1979). As formulações de entendimento (a partir das descrições de lugar) mostram-se imprescindíveis nesse contexto para que a juíza possa tomar decisões sobre como proceder em relação ao processo em andamento. Observa-se que, por meio da prática de formulação, a juíza implementa diferentes ações, quais sejam: (a) levantar dúvidas sobre a qualificação do interlocutor enquanto testemunha abonatória; (b) intermediar o entendimento entre os outros participantes da interação; (c) averiguar a veracidade de fatos apresentados pelo interlocutor. 

Biografia do Autor

Daniela Negraes Pinheiro Andrade, Universidade do Vale do Rio dos Sinos -UNISINOS

Possui doutorado pelo Programa de Pós-graduação em Linguística Aplicada da Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Realizou doutorado sanduíche na University of California-Los Angeles - UCLA. É membra participante do grupo de pesquisa Fala-em-interação - FEI, coordenado pela Profa. Dra. Ana Cristina Ostermann. É membra participante também da International Gender and Language Association (IGALA) e da International Association of Forensic Linguistics. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Linguística Aplicada, atuando principalmente nos seguintes temas: fala em interação, Análise da Conversa, prosódia, polícia civil, tribunal, programa educacional de boas práticas de saúde a pacientes cardiopatas, estratégias e identidades discursivas.

Ana Cristina Ostermann, Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS

Doutora em Linguística, Professora Titular do Programa de Linguística Aplicada da Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS e Bolsista Produtividade do CNPq.

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Publicado

2017-03-01

Edição

Seção

Artigo