Walter Benjamim: Um contemporâneo de seu próprio tempo

Autores

  • Johanna Gondar Hildenbrand Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ
  • Francisco Farias Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ

DOI:

https://doi.org/10.5007/1807-1384.2019v16n2p127

Resumo

Neste artigo pretendemos discutir a contemporaneidade de Benjamin em relação ao seu próprio tempo e ao nosso. Primeiro vamos definir o que Agamben está chamando de contemporâneo para, em seguida, entender por que Walter Benjamin pode assim ser caracterizado a partir de seus escritos sobre a Modernidade e, principalmente, sobre a imagem cinematográfica na Modernidade. Finalmente iremos contrapor as ideias de Benjamin às de Theodor W. Adorno para pensarmos a possibilidade de aproveitar os efeitos do choque – considerando que choque e trauma são noções chave para entendermos o funcionamento das sociedades atuais – em nosso benefício. Queremos aqui destacar a sensibilidade do exercício crítico de Benjamin e sua notável capacidade de compreender transformações subjetivas durante diferentes épocas, de prognosticar dilemas e de propor abordagens consistentes e atuais, como se constata em análises contemporâneas sobre mídia, o corpo, a arte, a política cultural e, principalmente, o cinema.

Biografia do Autor

Johanna Gondar Hildenbrand, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ

Doutoranda no Programa de Pós-graduação em Memória Social pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Mestre em Memória Social pela mesma Universidade.

Francisco Farias, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ

Doutor em Psicologia pela Fundação Getúlio Vargas. Professor adjunto da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, do Departamento de Fundamentos da Educação e do Programa de Pós-Graduação em Memória Social.

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Publicado

06.06.2019

Edição

Seção

Artigos - Condição Humana e Saúde na Modernidade