Dois mundos, duas linguagens: os processos de mediação social e a diversidade de conhecimentos na construção de projetos para o desenvolvimento rural

Autores

  • Monique Medeiros Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Rural
  • Flávia Charão Marques Doutora em Desenvolvimento Rural, professora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural (PGDR) da UFGRS.

DOI:

https://doi.org/10.5007/1807-1384.2012v9n1p243

Resumo

Diante da construção de padrões de desenvolvimento rural, projetos intencionais ou planos e programas são colocados em prática por determinados atores sociais responsáveis pela mediação entre o conhecimento local e o conhecimento técnico-científico. A formação desses atores tem se organizado em grande parte, articulada a uma realocação de princípios políticos e morais, o que faz com que o termo mediação perca a alusão a processos dialético-sociais, para ressaltar aspectos mecanicistas. Dessa maneira, há esforços em refletir sobre as transformações sociais entre os agricultores familiares e sobre propostas para uma nova agricultura, menos subordinada ao mercado e menos dependente de pacotes tecnológicos. Isso pressupõe mudanças em modos de pensar dos pesquisadores, das organizações de fomento ao desenvolvimento e dos agricultores. À luz de um debate teórico recente, esse artigo apresenta algumas incongruências e congruências identificadas no processo de mediação que envolve técnicos e agricultores, colocando a possibilidade da análise de situações de interface como caminho para evitar simplificações na compreensão do processo.

 

Biografia do Autor

Monique Medeiros, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Rural

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Estadual Paulista 'Julio de Mesquita Filho' (2008) e mestrado pelo Programa de pós-graduação em Desenvolvimento Rural - PGDR da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Em 2008 realizou atividades de pesquisa e extensão universitária com comunidades indígenas e caboclo-ribeirinhas da Amazônia brasileira. Atualmente é tutora e co-orientadora no curso de graduação a distância denominado Planejamento e gestão para o Desenvolvimento Rural - UFRGS. Os temas de maior interesse são: geração e diversidade de conhecimentos relacionados ao uso da biodiversidade na construção do desenvolvimento rural sustentável.

Flávia Charão Marques, Doutora em Desenvolvimento Rural, professora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural (PGDR) da UFGRS.

Professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), atuando junto à Faculdade de Agronomia e ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural (PGDR). Doutora em Desenvolvimento pelo PGDR/UFRGS (2009), tendo realizado estágio doutoral, como bolsista da CAPES, junto ao Rural Sociology Group, Wageningen University (Holanda). Junto ao PGDR/UFRGS, durante o ano de 2010, desenvolveu projeto de pós-doutorado com apoio do Programa Nacional de Pós Doutorado da CAPES, atuando em atividades de ensino e pesquisa. Desenvolveu atividades de pesquisa e docência na Universidade de Passo Fundo (UPF) e na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS); e de gestão em políticas públicas na Secretaria de Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul. Atualmente, é líder do Grupo de Pesquisa Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural (GEPAD-UFRGS), e atua como pesquisadora colaboradora no Grupo de Pesquisa Tecnologia, Meio Ambiente e Sociedade (TEMAS-UFRGS) e no Grupo de Pesquisa Alimentação e Cultura (Universidade Federal de Pelotas-UFPel). Seus estudos e esforços de pesquisa são mobilizados pela temática da sustentabilidade no desenvolvimento, com foco na inovação e nas transições sociotécnicas para a agricultura.

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Publicado

22.07.2012

Edição

Seção

Artigos