Juventude e biopolítica: o poder jovem enquanto objeto de intervenção política

Autores

  • Marcos Vinicius Goulart Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Nair Iracema Silveira dos Santos Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFGRS

DOI:

https://doi.org/10.5007/1807-1384.2012v9n1p305

Resumo

Problematiza-se neste artigo, a partir da Psicologia Social, como e em função de quais razões os jovens foram vistos como objeto estratégico de intervenção política global, a partir da década de 1980. Analisando documentos oficiais da Organização das Nações Unidas e outros produzidos no Brasil, sob um referencial genealógico inspirado pelo trabalho filosófico de Michel Foucault, investigou-se uma área tensa que são as práticas direcionadas aos jovens, especialmente os discursos que prescrevem políticas públicas, nos quais eles são tratados como um grupo populacional e, ao mesmo tempo, um grupo politicamente relevante para o progresso social. O poder jovem aparece, aqui, como um analisador importante que visa refletir sobre uma maneira de encarar a força da juventude que, por um lado é considerada incontrolável e, por outro é canalizável, podendo ser utilizada como um recurso estratégico para os países em desenvolvimento. A pesquisa sinalizou que há um deslocamento importante na problemática dos jovens, mostrando que não é mais a força política contestadora que está em jogo, mas uma força positiva que visa ao desenvolvimento político e social e, por conseguinte, esse é o objetivo estratégico das ações governamentais que visam melhorar a vida da população em geral.

 

Biografia do Autor

Marcos Vinicius Goulart, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Graduado em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. No momento é aluno de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional - UFRGS, sendo membro do projeto de pesquisa "Políticas Públicas e Juventude: a micropolítica em experiências de educação e trabalho", também na universidade. Seus temas de pesquisa são relacionados às políticas públicas de juventude a partir de uma leitura foucaultiana. Além disso, é colaborador do Projeto PET/Conexões - UFRGS e professor de Filosofia e Ensino Religioso no ensino fundamental da Rede de Educação Básica do município de Esteio/RS.

Nair Iracema Silveira dos Santos, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFGRS

Graduação em Psicologia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (1982), mestrado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1992) e doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2002). Atualmente é professora adjunta no Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com atividades no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional.

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Publicado

22.07.2012

Edição

Seção

Artigos