Sobre a universidade no Brasil na era do choque cultural: a formação para tecnologia
DOI:
https://doi.org/10.5007/1807-1384.2014v11n1p43Resumo
Vivemos numa era de mudanças que se caracteriza pela velocidade com que elas ocorrem. Essa é uma experiência única e sem qualquer padrão anterior que possa servir de orientação. A capacidade de observação e computação desenvolvida nesses últimos cem anos proporcionou a convergência de várias disciplinas. As barreiras departamentais se desmontaram dando origem a uma “nova ciência” caracteristicamente interdisciplinar. Se na pesquisa essa atitude está muito bem aceita, particularmente no que se refere a modelos, nos cursos de graduação é ignorada. É preciso encontrar novos eixos que atendam ao novo cenário científico e tecnológico. A oportunidade de criar novas Universidades no Brasil favorece a implantação de novos modelos cuja identidade seja mais adequada à formação dos jovens universitários. A maioria das nossas Universidades tradicionais está na rota de extinção. Urge ação imediata ousada e comprometida com o avanço do conhecimento. É preciso romper as amarras culturais de complexo de inferioridade e subserviência. Só assim poderemos de fato estar inseridos na comunidade internacional. Universidade centrada no aprendizado e não no ensino, pesquisa para avançar o conhecimento e não para engordar currículos, interdisciplinaridade como efeito e não como causa e recuperação da confiança mútua são itens indispensáveis para novas iniciativas. Os estudantes devem se preocupar com competência e não com diplomas, mais com independência intelectual do que com disciplinas. Sair da esteira e ir para a ponta no avanço do conhecimento. Menos protestos e mais propostas. E finalmente não se deixar bloquear por formalidades. A organização de cursos paralelos, modernos e informais, é uma ação lícita e necessária.
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