Fake news, um fenômeno de comunicação política entre jornalismo, política e democracia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-6924.2019v16n2p33

Resumo

O artigo discute o fenômeno das fake news ou o uso de histórias sobre fatos inventados ou propositalmente alterados para ins políticos. A questão de fundo tem a ver com as complicadas interações entre fake news e jornalismo, de um lado, e fake news, política e democracia, por outro. Parte de um breve reconhecimento do efeito da ampla disseminação e consumo de narrativas falsas, sobretudo, em contexto eleitoral, passa por uma tentativa de organização conceitual das noções envolvidas em uma definição consistente de fake news, tenta reconstruir as grandes linhas dos fenômenos sociais que permitiram a emergência da crise epistêmica na política contemporânea e, por fim, apresenta um estudo com uma amostra de 14 histórias comprovadamente forjadas sobre o tema de fraude nas urnas eletrônicas, que circularam durante a campanha presidencial brasileira de 2018, para tirar algumas conclusões sobre o significado e o alcance das fake news entre jornalismo e democracia.

Biografia do Autor

Wilson da Silva Gomes, Universidade Federal da Bahia e Instituto Nacional de Ciência & Tecnologia em Democracia Digital

Doutor em Filosofia (1988), Professor Titular da UFBA, pesquisador CNPq 1-A, docente e orientador no PPG de Comunicação e Cultura Contemporâneas, coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital. E-mail: wilsonsg@terra.com.br

Tatiana Dourado, Universidade Federal da Bahia e Instituto Nacional de Ciência & Tecnologia em Democracia Digital

Doutoranda no PPG em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Universidade Federal da Bahia e pesquisadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital (INCT-DD). E-mail: tatianamaria.dourado@gmail.com

Referências

ALLCOTT, H.; GENTZKOW, M. Social Media and Fake News in the 2016 Election. Journal of Economic Perspectives, v. 31, n. 2, p. 211–236, maio 2017.

BRIGHT, J. Explaining the emergence of echo chambers on social media: the role of ideology and extremism. 2017.

DEL VICARIO, M. et al. The spreading of misinformation online. Proceedings of the National Academy of Sciences, v. 113, n. 3, 2016.

FERRARA, E. Disinformation and social bot operations in the run up to the 2017 French presidential election. First Monday, v. 22, n. 8, 31 jul. 2017.

GAUGHAN, A. J. Illiberal Democracy: The Toxic Mix of Fake News, Hyperpolarization, and Partisan Election Administration. Duke Journal of Constitutional Law & Public Policy, v. 12, n. 3, p. 57–139, 2017.

GUESS, A.; NYHAN, B.; REIFLER, J. Selective exposure to misinformation: evidence from the consumption of fake news during the 2016 U. S. presidential campaign. (No prelo), 2018.

O’HARA, K.; STEVENS, D. Echo Chambers and Online Radicalism: Assessing the Internet’s Complicity in Violent Extremism. Policy & Internet, v. 7, n. 4, p. 401–422, dez. 2015.

OLSON, P. How Facebook Helped Donald Trump Become President. Forbes, p. 1–9, 2016.

PERSILY, N. The 2016 US election: Can democracy survive the internet? Journal of democracy, v. 28, n. 2, p. 63–76, 2017.

ROBERTS, D. America is facing an epistemic crisis. Vox, 2017.

STEENSEN, S. Journalism’s epistemic crisis and its solution: Disinformation, datafication and source criticism. Journalism, v. 20, n. 1, p. 185–189, 19 jan. 2019.

TÖRNBERG, P. Echo chambers and viral misinformation: Modeling fake news as complex contagion. PLoS ONE, v. 13, n. 9, 2018.

Downloads

Publicado

2019-11-11