Entrevista com Antonino Infranca: a concepção de trabalho no pensamento de Lukács

Autores

  • Ricardo Lara Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina

Resumo

György Lukács (1885–1971) desenvolveu vasta obra teórica, em consonância com sua trajetória intelectual e política. As produções teóricas do filósofo húngaro que mais receberam atenção do debate acadêmico foram os textos e as obras sobre crítica literária e estética. No interior da análise marxista e nas ciências sociais, a obra História e Consciência de Classe (1923) teve ampla repercussão e foi alvo das mais variadas interpretações. Já a Ontologia do Ser Social, na época de suas primeiras publicações, apareceu em período em que a tradição marxista e as experiências de transição socialista estavam em processo declinante. Isso explica parcialmente porque, tanto no Brasil quanto no mundo, a obra da maturidade de Lukács ainda é pouco conhecida e analisada, salvo os esforços de alguns estudiosos do pensamento do filósofo húngaro, dentre eles Antonino Infranca que nos concedeu esta entrevista.

O objetivo da entrevista é abordar a concepção de trabalho no pensamento de Lukács, em especial apresentar algumas indicações sobre o que o autor analisa em seu livro Trabalho, indivíduo e história: o conceito de trabalho em Lukács, recentemente publicado no Brasil pela Editora Boitempo.

Antonino Infranca nasceu em Trápani (Itália) em 1957. Formou-se em Filosofia pela Universidade de Palermo (1980), especializou-se em filosofia pela Universidade de Pavia (1985). Em 1989 obteve seu PhD pela Academia Húngara de Ciência e recebeu a medalha Lukács pela pesquisa filosófica que realizou no Arquivo Lukács de Budapeste. Escreveu inúmeros Ensaios sobre Lukács, Bloch, Gentile, Gramsci, Dussel, Croce, Kerényi e Heidegger, como também sobre a filosofia da libertação e a história da Sicilia. É autor de: Giovanni Gentile e la Cultura siciliana (Roma, L´Ed, 1990); Tecnecrate. Dialogo (Roma, Arlem, 1998, publicado no Brasil pela Práxis em 2004, com o título de Tecnécrates; em espanhol, 2004); El otro occidente. Siete ensayos sobre la realidade de la Filosofia de la Liberácion (Buenos Aires, Antidoto, 2000; trad. al francês em 2004; em italiano 2010; em português, Bauru, Praxis, 2014); Los filósofos y las mujeres (Buenos Aires, Topía, 2006; em italiano, 2010). Coeditor de György Lukács: Testamento Político y otros escritos sobre política y filosofía (2003; em italiano 2015); György Lukács – Ontología del ser social: El Trabajo (Buenos Aires, Herramienta, 2004) e György Lukács – Ontología del ser social: La Alienación (Buenos Aires, Herramienta, 2013); György Lukács: Ética, Estética y Ontología (Buenos Aires, Herramienta, 2007) e Antonio Gramsci, Cronicas de Turin, (Buenos Aires, Gorla, 2014).

Biografia do Autor

Ricardo Lara, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Santa Catarina

Professor da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Doutor em Serviço Social - UNESP. Pós-doutorado - Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa. Desenvolve estudos nos seguintes temas: fundamentos do Serviço Social; teoria social; trabalho e questão social; políticas sociais e saúde do trabalhador. Pesquisador do Núcleo de estudos e pesquisas: Trabalho, "questão social" e América Latina (NEPTQSAL) e do Grupo de Estudos Capital, Trabalho e Educação (GECATE) .

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Publicado

2017-06-29