Legado do Congresso da Virada em tempos de conservadorismo reacionário

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1982-02592020v23n2p199

Resumo

O tema do artigo em tela é o III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS), quatro décadas depois da sua realização. Duas são as hipóteses que trazemos para o debate: primeira sugere que o principal legado do III CBAS se traduz na nova cultura profissional de horizonte progressista, forjada pela profissão na crise da ditadura de 1964, e que permitiu a elaboração de um projeto profissional comprometido com a emancipação humana; a segunda se refere ao quanto este legado se vê confrontado na conjuntura atual por uma nova fase de dominação burguesa, na qual a difusão de um conservadorismo reacionário, de caráter filo-fascista, é fundamental à implementação, de uma agenda econômica ultraneoliberal no país. 

Biografia do Autor

Ana Elizabete Mota, UFPE - Pernambuco - PE UFRJ - Rio de Janeiro

Graduada em Serviço Social pela Universidade Federal de Pernambuco (1976), tem mestrado em Serviço Social pela Universidade Federal de Pernambuco (1984), doutorado em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1995) e realizou pós-doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro(2003). É Professora Titular do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Pernambuco e desenvolve atividades de ensino, pesquisa e extensão, além de orientações de trabalhos de conclusão de curso em nível de Graduação e Pós-graduação (Mestrado e Doutorado). Professosra titular aposentada da UFPE e Visitante Senior da Escola de Serviço Social da UFRJ.

Mavi Rodrigues, Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro- UFRJ

Assistente Social, mestre e doutora em Serviço Social pela UFRJ, professora do Dpartamento de Fundamentos da ESS da UFRJ e presquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas Marxistas (NEPEM).

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Publicado

2020-05-15