Aborto inseguro: um retrato patriarcal e racializado da pobreza das mulheres

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1982-02592018v21n3p452

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar como a realidade do aborto criminalizado é um retrato e um reforço das desigualdades de sexo, raça/etnia e classe, que se coproduzem dentro do contexto da sexagem, ou seja, da coisificação e apropriação das mulheres pelos homens. Para tanto, realizamos uma pesquisa bibliográfica e documental, sob uma perspectiva de análise materialista, histórica e dialética. A principal conclusão é que a criminalização reforça a lógica das desigualdades sociais no Brasil e no mundo, na medida em que as mulheres pobres e negras são as mais prejudicadas, as que mais morrem e que quase todos os abortamentos inseguros no mundo acontecem nos países de economia periférica. Assim, as consequências do aborto ilegal, sejam morais, de saúde ou econômicas, impactam, sobretudo, às mulheres pobres, negras, jovens e residentes em países de economia periférica.

Biografia do Autor

Mirla Cisne, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Mossoró, Rio Grande do Norte

Doutora em Serviço Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Professora de Serviço Social na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Pesquisadora feminista. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre as Relações Sociais de Gênero e Feminismo (GEF) e membro do Núcleo de Estudos sobre a Mulher Simone de Beauvoir.

Giulia Maria Jenelle Cavalcante de Oliveira, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Mossoró, Rio Grande do Norte

Bachalerado em Direito pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Advogada e mestranda em Serviço Social e Direitos Sociais pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).

Viviane Vaz Castro, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Mossoró, Rio Grande do Norte

Mestranda em Serviço Social e Direitos Sociais pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Professora substituta de Serviço Social na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre as Relações Sociais de Gênero e Feminismo (GEF) e membro do Núcleo de Estudos sobre a Mulher Simone de Beauvoir.

Publicado

2018-11-30