O médico, a fé e os operários: militância comunista entre traumas, interditos e narrativas históricas
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-9222.2022.e88036Palavras-chave:
formação de classe, comunismo, trabalhadores têxteisResumo
O presente artigo pretende abordar questões relativas a traumas e interditos acerca da militância comunista em narrativas históricas. Como mote para sua abordagem, o texto apresenta um grupo de trabalhadores têxteis do município de Magé, estado do Rio de Janeiro, como objeto de estudo e propõe analisar as variadas deferências ao médico comunista Irun Sant’Anna em entrevistas de história oral. A partir do debate sobre memórias e identidades, em diálogo com as proposições de E. P. Thompson e Mike Savage sobre processos de formação de classe e idealizações recorrentes de quem pesquisa a temática, o artigo busca evidenciar e discutir elementos complexos do grupo operário analisado, visando aprofundar reflexões mais abrangentes relacionadas ao estudo sobre história do trabalho no Brasil.
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