A trapaça do Iauaretê

Autores

  • Leomir Silva de Carvalho Universidade Federal do Pará (UFPA)
  • Sílvio Augusto de Oliveira Holanda Universidade Federal do Pará (UFPA)

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-784X.2014v14n21p128

Resumo

Este artigo versa sobre a linguagem do conto “Meu tio o Iauaretê” (1961) de João Guima­rães Rosa em sua realização transgressora. Barthes (1978) identifica a linguagem ao poder afir­mando que nela as estruturas de opressão se reproduzem e se mantêm. O poeta, para o pensador francês, é um dos únicos sujeitos capazes de estabelecer uma relação criativa com a linguagem pas­sível de suspender sua fixidez, mesmo que por um breve momento, a esse ato Barthes chama de trapaça. Portanto, analisa-se no conto de Guimarães Rosa como o autor brasileiro “trapaceou” ao contar a estória de um matador de onças em “Meu tio o Iaua­retê”. Ao lado disso, traça-se um para­lelo entre a tradução criativa, como a compreende Ha­roldo de Campos no ensaio “A palavra verme­lha de Hoelderlin” (1977), e a fala do matador de onças, obser­vando como a linguagem deste en­cena ou faz-se metáfora da tradução criativa.

Biografia do Autor

Leomir Silva de Carvalho, Universidade Federal do Pará (UFPA)

Ingressou, em 2006, na Universidade do Estado do Pará - UEPA, onde participa do Grupo de Pesquisa CUMA (Culturas e Memórias Amazônicas). Recebeu o título de Tradutor Juramentado pela Junta Comercial do Estado do Pará – JUCEPA, em 2012. É mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPA, desde fevereiro de 2013, participando também do Grupo de Pesquisa EELLIP. Atualmente é doutorando do Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPA e bolsista CAPES. Atem-se aos estudos da obra de João Guimarães Rosa, à relação entre Literatura e Tradução e aos Estudos de Literatura de Expressão Amazônica.

Sílvio Augusto de Oliveira Holanda, Universidade Federal do Pará (UFPA)

Possui graduação em Letras (Português/Francês) pela Universidade Federal do Pará (1990), mestrado em Letras/Teoria Literária pela Universidade Federal do Pará (1994), doutorado em Letras (Teoria Literária e Literatura Comparada) pela Universidade de São Paulo (2000) e pós-doutorado em Estudos Românicos pela Universidade de Lisboa (2007). Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Letras, atuando principalmente nos seguintes temas: Guimarães Rosa, Literatura brasileira, literatura da Amazônia e recepção crítica.

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Publicado

2014-01-27