TY - JOUR AU - Lima de Jesus, Yasmin AU - Tavares Lopes, Edinéia PY - 2021/02/23 Y2 - 2024/03/28 TI - Ensino de Ciências, Interculturalidade e Decolonialidade: possibilidades e desafios a partir da pesca com o timbó JF - Perspectiva JA - Perspectiva VL - 39 IS - 2 SE - Dossiê Linguagem, literatura e decolonialidade: caminhos para pensar a educação em ciências DO - 10.5007/2175-795X.2021.e66708 UR - https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/view/66708 SP - 1-21 AB - O Timbó compõe a mitologia Kurâ-Bakairi. A pesca com timbó é realizada por alguns grupos indígenas com a utilização de um cipó, denominado popularmente como timbó, que, depois de “esmagado” na água, intoxica os peixes. O presente texto visa analisar como a pesca com timbó se constitui como uma temática de ensino de Ciências da Natureza em uma escola indígena Kurâ-Bakairi, a partir dos enunciados dos sujeitos sobre as práticas pedagógicas nessa realidade escolar e à luz da interculturalidade crítica e da decolonialidade no ensino. Este estudo possui como abordagem metodológica a pesquisa qualitativa do tipo descritiva e com perspectiva etnográfica, sendo realizada em uma escola do povo Kurâ-Bakairi da aldeia Aturua, no município de Paranatinga - Mato Grosso. Os dados foram constituídos em duas etapas. A primeira etapa consistiu na observação, realizada em várias idas nessa aldeia, desde o ano de 2011. Na segunda, fundamental na constituição dos resultados apresentados neste artigo, os dados foram coletados por meio do diálogo entre pesquisadoras, professor de Ciências e representante da comunidade. Os dados indicam que, embora utilizem o mesmo Livro Didático das escolas não indígenas brasileiras, esses professores ressignificam esse desafio a partir das possibilidades trazidas pela seleção de conteúdos e com o diálogo com os conhecimentos ancestrais Kurâ-Bakairi. Portanto, essas práticas anunciam o encontro entre os diferentes conhecimentos, conforme defendida na perspectiva intercultural crítica. Assim, neste artigo, à luz dos efeitos da colonialidade e da defesa da decolonialidade, reflete-se sobre a utilização do livro didático, sobre Ciências e Tecnologia, e problematiza-se como a pesca com o timbó se constitui como espaço intersticial para o diálogo intercultural no ensino de Ciências e contribua com o rompimento/superação da colonialidade do saber/poder no espaço escolar dessa comunidade. ER -