Gerenciar o risco, garantir a segurança e a normalidade: tríade da Educação Especial
DOI:
https://doi.org/10.5007/%25xResumo
As discussões atuais sobre igualdade e justiça para todos giram em tomo do problema da inclusão/exclusão que, por meio de estratégias de poder, definem quais são os grupos que participam dessa relação. Isso envolveumimperativo no qual campanhas, políticas públicas, documentos oficiais, entre outros artefatos, acabam por identificar quais são os grupos não-representados, não-beneficiados pelo bem público para, em seguida, encontrar maneiras de incluí-los. Tem-se assumido, pelas políticas educacionais, um compromisso com a idéia de uma sociedade inclusiva, com uma preocupação em buscar estratégias que permitam uma distribuição de participação mais eqüitativa dos grupos populacionais excluídos. Essas questões não fogem ao contexto da Política de Educação Especial; pelo contrário, dão umamaior visibilidade a elas, afinal, sua bandeira é a inclusão dos sujeitos com necessidades educacionais especiais no âmbito educacional. Nesse sentido, torna-se significativo contextualizar o espaço da Educação Especial diante de tais políticas.Umespaço que não desaparece com as políticas de inclusão. Antes, é utilizado e, de uma certa forma, reforçado para efetivar o sucesso da inclusão. Poderia dizer que a Educação Especial é uma estratégia para garantir a segurança do processo de inclusão, ou seja, a normalização dos sujeitos
deficientes. Ela funciona como uma gerenciadora do risco, como uma espécie de "preparação" e, em muitos momentos, como uma "profilaxia" para as políticas de inclusão. Estamos diante de uma "política preventiva" que se quer, antes de tudo,
rastreadora dos riscos.
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