Adolescentes e suas más companhias: lunáticos, criminosos, e pervertidos sexuais [sobre a obra Adolescence de Stanley Hall]

Autores

  • Mirian Jorge Warde Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
  • Claudia Panizzolo Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-795X.2015v33n2p739

Resumo

Nas duas últimas décadas do século XIX verifica-se nos Estados Unidos atenções se concentrando sobre a criança, tanto nos estudos sobre a infância – que desembocaram na institucionalização de um novo campo de investigação, o “child study” – quanto nas práticas de socialização – que incluíram o chamado “kindergarten movement”. Na virada do século XX, começam a ser publicados trabalhos sobre o adolescente e a adolescência, seminais quer em relação ao tema quer em relação às disciplinas que emergiam ou caminhavam para a consolidação no campo acadêmico, tais como: Sociologia e Antropologia, no primeiro caso, e Psicologia, no segundo. Esse fenômeno é especialmente visível nos Estados Unidos, onde são flagrantes as associações entre adolescência e criminalidade, assim como o são as referências à obra de G. Stanley Hall, Adolescence: its psychology and its relations to physiology, anthropology, sociology, sex, crime, religion and education, publicada pela primeira vez em 1904, considerada matriz das futuras pesquisas no âmbito dos estudos sociais e psicológicos. Ainda que tenham contribuído para borrar o mito da criança imaculada, os experimentos com crianças de Hall não chegaram a perfilá-las com os endiabrados; no entanto, o adolescente de Hall veio a lume acompanhado dos “primitivos” e “selvagens”, assim como dos criminosos, loucos, e sexualmente desajustados, ou seja, a adolescência como conceito psicossocial nasceu referida aos grupos mais baixos na escala evolutiva. Hall explica toda a adolescência com base na teoria da recapitulação, tanto o seu desenvolvimento fisiológico como o seu crescimento intelectual e social. 

Biografia do Autor

Mirian Jorge Warde, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Professora credenciada do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), campus de Guarulhos, e do Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), campus Araraquara.

Claudia Panizzolo, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Professora do curso de Pedagogia e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), campus Guarulhos.

Downloads

Publicado

2015-12-31

Como Citar

Warde, M. J., & Panizzolo, C. (2015). Adolescentes e suas más companhias: lunáticos, criminosos, e pervertidos sexuais [sobre a obra Adolescence de Stanley Hall]. Perspectiva, 33(2), 739–758. https://doi.org/10.5007/2175-795X.2015v33n2p739