Em análise a Cooperação “Sul-Sul”: Ruptura Ideológica ou Reprodução?

Autores

  • Danielle Regina Ullrich Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
  • Rosinha da Silva Machado Carrion Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7984.2013v12n25p65

Resumo

O modelo Norte-Sul de cooperação internacional para o desenvolvimento, cuja origem remete ao período pós- Segunda Guerra Mundial, apoiou-se, historicamente, em um discurso que atribuía aos países centrais, ou do "Norte", dada sua maturidade institucional e superioridade técnica, legitimidade para definirem as regras e os procedimentos a serem observados pelos países na periferia do sistema mundo, para acederem ao propalado "desenvolvimento". Modelo este que, conforme um contingente significativo de pesquisadores (BARBANTI JUNIOR, 2005; SANTOS FILHO, 2005; AFONSO; FERNANDES, 2005; SÁNCHEZ, 2002), contemplaria, essencialmente objetivos de natureza econômica e política das potências centrais. Todavia, ao conquistarem reconhecimento econômico no plano internacional, países emergentes como o Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul estariam estabelecendo, entre si, assim como com outros países do "Sul", relações de parceria e cooperação às quais, também conforme um contingente expressivo de pesquisadores (XALMA, 2011; PUENTE, 2010; AYLLÓN PINO, 2012), se distinguiriam do modelo anterior pela ênfase atribuída a valores como a solidariedade e a equidade, no que tange à distribuição equitativa dos benefícios entre os países envolvidos nas ações de cooperação. De natureza teórica, o presente artigo questiona, em que medida essa tese se sustenta? Ou, dizendo de outro modo, em que medida o modelo de cooperação internacional Sul-Sul associado à promoção do desenvolvimento constitui-se em uma ruptura paradigmática com o modelo de cooperação Norte-Sul?

Biografia do Autor

Danielle Regina Ullrich, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Mestre em Desenvolvimento Regional pela Universidade Regional de Blumenau (Santa Catarina, Brasil). Atualmente é doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Rio Grande do Sul, Brasil) e bolsista do CNPq.

Rosinha da Silva Machado Carrion, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Pós-Doutora pelo Institute de Recheche Pour le Développement (2011/Université de Paris I/Sorbonne); Doutora em Administração (1998/UFRGS). Também realizou a formação de Doutorado en Sociologie Clinique na Université de Paris VII (Jussieu-Sorbonne), possui Mestrado em Sociologia das Organizações (PUCRS/1976), graduação em Sociologia (UFRGS/1972), e é licenciada em Literatura e Língua Inglesa (UFRGS/1969). Atualmente é professora associada do Programa de Pós-Graduação em Administração da Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGA/UFRGS).

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Publicado

2013-12-27

Edição

Seção

Artigos