A construção social da corrupção

Autores

  • Mark Granovetter Universidade de Stanford

DOI:

https://doi.org/10.5007/%25x

Resumo

Este artigo tem por objetivo demonstrar a importância das construções sociais no julgamento da corrupção. A literatura recente, de enfoque econômico, negligencia estas construções e acaba subdeterminando os resultados da corrupção. A maneira como os incentivos são arranjados, por exemplo, e o significado que tomam para os atores dependem em grande parte de aspectos sociais, culturais e históricos. De fato, apenas considerando- se estes aspectos é que se podem definir com maior precisão vários dos elementos envolvidos na corrupção, como suborno, extorsão, desfalque, indivíduos corruptos, deveres públicos, integridade, etc. E é também em função destes aspectos que a ação corrupta pode ser “neutralizada”, ou seja, justificada de modo a não constituir uma violação. Este artigo esboça alguns debates sociológicos sobre corrupção, analisando trocas entre díades, e entre indivíduos e organizações, o papel do status social relativo na corrupção, relações patrão-cliente, corrupção particularizada, conflitos de interesses e o papel da ideologia.

Biografia do Autor

Mark Granovetter, Universidade de Stanford

Professor do Departamento de Sociologia da Universidade de Stanford, EUA.

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Publicado

2006-12-01

Edição

Seção

Artigos