Desempenho neuromotor, prematuridade e baixo peso à nascença

Autores

  • Alfredo Alexandre Lopes Universidade do Porto. Portugal
  • Go Tani Universidade de São Paulo. Brasil
  • José António Ribeiro Maia Universidade do Porto. Portugal

DOI:

https://doi.org/10.1590/1980-0037.2011v13n1p73

Resumo

Parece ser consensual que as influências intrauterinas durante o desenvolvimento humano podem ter implicações a longo prazo. Há quem avance a hipótese da indução de

alterações no ciclo de vida de um indivíduo provocando lesões, algumas irreversíveis. Os

objectivos deste trabalho foram: (1) chamar a atenção para a problemática dos efeitos à

distância do desempenho neuromotor, prematuridade e baixo peso à nascença em crianças e jovens; (2) apresentar aspectos relevantes do quadro conceptual da programação fetal e da sua relevância interpretativa na insuficiência de desempenho motor e coordenativo. Realizou-se uma pesquisa na base de dados Pubmed por meio de uma estratégia de busca com palavras-chave e suas possíveis combinações e foram seleccionados os estudos (transversais, longitudinais e caso-controlo) sobre avaliação da performance motora e da programação fetal. Na população europeia, os valores dos défices motores variaram entre 4% e 51%. A população norte americana apresentou valores que se situam entre 4% e 56%. Uma pesquisa realizada com a população da Austrália encontrou um défice de coordenação motora de 9,5%. Não existe concordância absoluta acerca da sua extensão, reversibilidade e significado face à enorme variabilidade dos valores dos défices. Não são conhecidos aspectos dos eventuais mecanismos que, em condições adversas no desenvolvimento fetal, induzirão problemas no desenvolvimento neuromotor de crianças, jovens e adultos, e que não possam ser “compensados” com estimulação sensório-motora.

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Publicado

2011-12-30

Edição

Seção

Artigos de Revisão