Estudos Feministas da Deficiência: análise da autorrepresentação de atletas no Instagram
DOI:
https://doi.org/10.1590/1806-9584-2025v33n2105335Palavras-chave:
Gênero, Deficiência, Esporte, Atletas Paralímpicas, InstagramResumo
Os estudos feministas da deficiência nos mostram que o esporte é uma arena marcada por corpos masculinos e sem deficiência. Dentro dessa arena, a mídia tem papel fundamental ao reforçar estereótipos de gênero e normatividade. Por outro lado, as atletas paralímpicas têm, cada vez mais, utilizado as mídias sociais para se autorrepresentarem e tomar o controle da narrativa sobre seus corpos, histórias e deficiências. Ao empregarmos a análise de conteúdo, buscamos explorar as formas de autorrepresentação feitas por duas atletas paralímpicas, uma brasileira e uma norte-americana, no Instagram, focando suas representações relacionadas à tríade: gênero, deficiência e esporte. Nossos resultados apontam que a brasileira se representa primeiro como atleta, reforça os padrões de feminilidade sem, no entanto, esconder sua deficiência, enquanto a norte-americana opta por focar sua identidade enquanto mulher.
Downloads
Referências
BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.
BARNETT, Barbara. “Girls gone web: Self-depictions of female athletes on personal websites”. Journal of Communication Inquiry, v. 41, n. 2, 2017, p. 97-123.
BOWKER, Natilene; TUFFIN, Keith. “Disability Discourses for Online Identity”. Disability & Society, v. 17, n. 3, p. 327-344, 2002.
BRITTAIN, Ian. “British Media Portrayals of Paralympic and Disability Sport”. In: SCHANTZ, Otto; GILBERT, Keith (Eds.). Heroes or Zeroes? The media’s perceptions of Paralympic sport. Illinois: Common Ground Publishing LLC, 2012. p. 105–113.
BUTLER, Judith. “Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do ‘sexo’”. In: LOURO, Guacira L. (Org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Trad. de Tomaz Tadeu da Silva. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2000. p. 151–172.
DARLING, Rosalyn Benjamin. Disability and identity: negotiating self in a changing society
Boulder, Colorado: Lynne Rienne Publishers, 2013.
DOLEZAL, Luna. “Representing Posthuman Embodiment: Considering Disability and the Case of Aimee Mullins”. Women's Studies, v. 46, n.1, 2017, p. 60-75.
ELLIS, Katie; GOGGIN, Gerard. Disability & the Media. Londres: Palgrave, 2015.
FEEHAN, B. Social Media industry brandmark report. 2019. RivalIQ blog. Disponível em https://www.rivaliq.com/blog/2019-social-media-benchmark-report/. Acesso em 05 Mar. 2023.
FINE, Michelle; ASCH, Adrienne. “Introduction: Beyond Pedestals”. In: FINE, Michelle; ASCH, Adrienne (Eds.). Women with Disabilities: Essays in Psychology, Culture, and Politics. Philadelphia: Temple University Press, 1988, p. 1-37.
FLINDALL, Rory Alexander. “A Paralympic legacy? British newspaper representations of the Paralympic movement during the 2018 PyeongChang Winter Paralympic Games”. Diagoras: International Academic Journal on Olympic Studies, v. 2, 2018, p. 145–172.
GARLAND-THOMSON, Rosemarie. “Re-shaping, Re-thinking, Re-defining: feminist Disability Studies. Barbara Waxman Fiduccia Papers on Women and Girls with Disabilities”. Center for Women Policy Studies. 2001. Disponível em: www.centerwomenpolicy.org. Acesso em: 18 mar. 2022.
GARLAND-THOMSON, Rosemarie. “Integrating Disability, Transforming Feminist Theory”. In: SMITH, Bonnie. G.; HUTCHISON, Beth (Eds.). Gendering Disability. Nova Jersey: Rutgers University Press, 2004. p. 73–103.
GARLAND-THOMSON, Rosemarie. “Feminist Disability Studies”. Signs, v. 30, n. 2, 2005, p. 1577–8.
GERSCHICK, Thomas J. “Toward a Theory of Disability and Gender”. Signs, v. 25, n. 4, p. 1263–1268, 2000.
HARDIN, Marie; HARDIN, Brent. “The Supercrip in sport media: Wheelchais athletes discuss hegemony’s disabled hero”. Sosol, v. 7. 2004. Disponível em: http://physed.otago.ac.nz/sosol/v7il/v7il.html. Acesso em: 15 Mar. 2008. Online 2004, 7. Available online: https://www.scinapse.io/papers/127108235
HILGEMBERG, Tatiane; ARAÚJO, Bryan; LIMA, Ariene. “Gênero, esporte e deficiência na cobertura fotográfica dos Jogos paralímpicos Rio-2016”. Revista Cadernos de Comunicação, v. 23, n., 1, 2019, p. 2-21.
HILGEMBERG, Tatiane; ARAÚJO, Bryan; DAMA, Juliana. “O controle do discurso sobre si – A autorrepresentação do atleta paralímpico Daniel Dias nas redes sociais”. In: 42º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2019, Belém, Universidade Federal do Pará. Anais.... São Paulo: Intercom, 2019. p. 1-15.
HILGEMBERG, Tatiane. “O Corpo com Deficiência nas Mídias Sociais: A autorrepresentação da atleta paralímpica Camille Rodrigues no Instagram”. Revista Mundaú, n. 13, 2023, p. 87-105.
HUGHES, B. “Medicine and the Aesthetic Invalidation of Disabled People”. Disability & Society, v. 15, n. 4, 2000, p. 555-568.
KAFER, Alison. Feminist, Queer, Crip. Bloomington e Indianapolis: Indiana University Press, 2013
KIRAKOSYAN, Lyusyena. “Challenging Gender and Disability Stereotypes: Narrative Identities of Brazilian Female Paralympians”. Disabilities, v. 1, 2021, p. 420–437.
MARCONDES, Ianamary Monteiro; HILGEMBERG, Tatiane; SOUZA, Doralice Lange de. “A cobertura dos jogos paralímpicos Rio 2016 pelo Comitê Paralímpico Brasileiro: investigando questões de gênero”. Comunicação & Sociedade, v. 45, n. 1, p. 113-143, jan.-abr. 2023.
MARWICK, Alice. “Instafame: luxury selfies in the attention economy”. Public Culture, v. 27, n. 75, 2015, p. 137–160.
MATTLIN, Ben. Disability Pride: Dispatches from a post-ADA world. Boston: Beacon Press, 2022.
MILLETT-GALLANT, Ann. “Sculpting body ideals: Alison Lapper pregnant and the public display of disability”. In: DAVIS, Leonard J. (Ed.). The Disability Studies Reader, Nova York: Routledge, 2017, p. 427-439.
MITCHELL, Fallon. R.; SANTAROSSA, Sara; WYK, Paul M. V. Curating a Culture: The Portrayal of Disability Stereotypes by Paralympians on Instagram. International Journal of Sport Communication, 2021, 14, p. 334–355.
MORRIS, Jenny. Pride against prejudice: A personal politics of disability. Londres: The Women’s Press, 1991.
OLENIK, Lisa M.; MATTHEWS, Joan M.; STEADWARD, Robert D. “Women, disability and sport: Unheard voices”. Canadian Woman Studies/les cahiers de la femme, v. 15, n. 4, 1995, 54–65.
PULLEN, Emma; MORA, Laura; SILK, Michael. “Paralympic cripvertising: On the gendered selfrepresentations of Paralympic athletes on social media”. New media & society, n. 0, v. 0, 2023, p. 1–18.
PULLEN, Emma; SILK, Michael. “Gender, technology and the ablenational Paralympic body politic”. Cultural Studies, v. 34, n.3, 2020, p. 466-488.
SANDERSON, Jimmy. “Framing Tiger´s Troubles: Comparing Traditional and Social Media”. International Journal of Sport Communication, v. 3, n. 4, 2010, p. 438–453.
SCHANTZ, Otto; GILBERT, Keith. “An Ideal Misconscructed: Newspaper coverage of the Atlanta Paralympic Games in France and Germany”. Sociology of Sport Journal, v. 18, n. 1, p. 69–94, 2001.
STUART, Ossie. “Double oppression: an appropriate starting-point?”. In: SWAIN, J.; FRENCH, S.; BARNES, C.; THOMAS, C. (Eds.). Disabling Barriers: Enabling Environments, 2. ed. Londres: Sage, 1993, p. 93–100.
TEIXEIRA, Carlos. R. G.; TIETZMANN, Roberto. “O desempenho dos perfis oficiais dos atletas olímpicos nas redes sociais como representação do “ciclo de vida” de um produto da indústria cultural”. Revista Communicare, v. 18, n. 1, 2018, p. 68-84.
THOMAS, Nigel; SMITH, Andy. “Preoccupied with able-bodiedness? An analysis of British Media Coverage of the 2000 Paralympic Games”. Adapted Physical Activity Quarterly, 20, 2003, p. 166-181.
THOMAS, Nigel; SMITH, Andy. Disability, Sport and Society: An Introduction. New York: Routledge, 2009.
TOFFOLETTI, K Sport, postfeminism and women with disabilities: female paralympians on social media. In: Toffoletti K, Francombe-Webb J and Thorpe H (eds) New Sporting Femininities. Cham: Palgrave Macmillan, 2018, p. 253–275.
WENDELL, Susan. The Reject Body: feminist philosophical reflections on disability. Nova York e Oxon: Routledge: 1996.
Downloads
Arquivos adicionais
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista Estudos Feministas

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Revista Estudos Feministas está sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
A licença permite:
Compartilhar (copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato) e/ou adaptar (remixar, transformar, e criar a partir do material) para qualquer fim, mesmo que comercial.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que os termos da licença sejam respeitados. Os termos são os seguintes:
Atribuição – Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se foram feitas mudanças. Isso pode ser feito de várias formas sem, no entanto, sugerir que o licenciador (ou licenciante) tenha aprovado o uso em questão.
Sem restrições adicionais - Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo permitido pela licença.


