Educação Estatística, cidadania e livros didáticos: o papel do letramento estatístico
DOI:
https://doi.org/10.5007/1981-1322.2019.e58951Resumo
Este artigo tem por objetivo discutir o papel do livro didático enquanto instrumento de ensino e de aprendizagem associado ao pleno exercício da cidadania dos indivíduos estatisticamente letrados. Consideramos letramento estatístico como elemento fundamental para o bom convívio social, para resolução de problemas cotidianos, para a vida profissional e, sobretudo, para uma ampla e profunda compreensão de nosso tempo. Analisamos o livro didático, considerando a hipótese de que ele não é recurso suficiente para promover o letramento estatístico, tampouco estimula e orienta satisfatoriamente o aluno no desenvolvimento do letramento estatístico. Para tanto, analisamos coleções de livros didáticos aprovadas pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) por meio do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Trata-se de uma pesquisa qualitativa, mais especificamente uma pesquisa bibliográfica documental. Nosso quadro teórico nesta análise é a Educação Matemática Crítica e a Análise Exploratória de Dados (AED). Pretendemos responder à questão de pesquisa: “Qual o papel do livro didático, no ensino e na aprendizagem da Estatística, para a construção do letramento estatístico enquanto elemento intrínseco ao pleno exercício da cidadania?”
Referências
Arteaga, P.; Batanero, C.; Díaz, C.; Contreras, J. M. (2009). El lenguaje de los gráficos estadísticos. Revista Iberoamericana de Educación Matemática, 18, 93-104.
Arteaga, P.; Batanero, C.; Cañadas, G.; Contreras, J. M. (2011) Las tablas y gráficos estadísticos como objetos culturales. Granada: Números, 76, 55-67.
Batanero C.; Estepa, A.; Godino, J. D. (1991). Analisis exploratorio de datos: sus posibilidades en la ensenanza secundaria. Suma, 9, 25-31.
Bourdieu, P. (1997). Capital cultural, escuela y espacio social. Ciudad de México: Siglo XXI.
Brasil. (1997). Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Matemática, v.3 (Ensino Fundamental). Brasília: MEC.
Brasil. (1998). Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Matemática (Ensino Fundamental). Brasília: MEC.
Brasil. (2000). Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais (Ensino Médio). Brasília: MEC.
Campos, C. R. (2007). A educação estatística: uma investigação acerca dos aspectos relevantes à didática da estatística em cursos de graduação. (Tese de Doutorado). Rio Claro: Universidade Estadual Paulista.
Campos, C. R.; Wodewotzki, M. L. L.; Jacobini, O. R. (2013). Educação Estatística: teoria e prática em ambientes de modelagem matemática – 2ª edição. Belo Horizonte: Autêntica.
Coutinho, C. Q. S. (2013). Educação estatística e os livros didáticos para o ensino médio. Revista Educação Matemática em Foco, Campina Grande, v. 2, n. 1, p. 68-86.
Coutinho, C. Q. S.; Silva, M. J. F.; Almouloud, S. A. (2009) Professores de Matemática e a análise da variabilidade de dados representados simultaneamente por histograma e boxplot. Anais do IV SIPEM, pp. 454-455, Brasília.
Curcio, F. R. (1989). Developing graph comprehension: elementary and middle school activities. Reston: National Council of Teachers of Mathematics.
D'ambrosio, U. (2016). Etnomatemática: elo entre as tradições e a modernidade. Belo Horizonte: Autêntica.
Gal, I. (2002). Adults' statistical literacy: Meanings, components, responsibilities. International statistical Review, v. 70, n. 1, p. 1-25.
Giordano, C. C. (2016). O desenvolvimento do letramento estatístico por meio de projetos: um estudo com alunos do Ensino Médio. (Dissertação de Mestrado). São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Jacobini, O. R. (1999). A Modelagem Matemática Aplicada no Ensino de Estatística em Cursos de Graduação. (Dissertação de Mestrado). Rio Claro: Universidade Estadual Paulista.
Lajolo, M. (1996). Livro didático: um (quase) manual de usuário. Em aberto, v. 16, n. 69, p. 3-9.
Lopes, J. A. (2009). O livro didático, o autor e as tendências na educação matemática. In: Nacarato, A. M.; Lopes, C. A. E. (Orgs.). Escritas e leituras na Educação Matemática. Belo Horizonte: Autêntica.
Nagamine, C. M. L.; Henriques, A.; Utsumi, M. C.; Cazorla, I. M. (2011). Análise praxeológica dos passeios aleatórios da Mônica. Boletim de Educação Matemática, v. 24, n. 39, p. 451-472.
Pomilio, C. J., Miño, M., Brignone, N. F., Facal, G. G., Telesnicki, M. C., Fass, M.; Perez, A. (2016). Análisis de actividades sobre estadística descriptiva em libros de educación media: ¿Qué se pretende que los estudiantes aprendan? Revista Educação Matemática Pesquisa, v. 18, n. 3, p. 1345-1364.
Robert, A. (1998) Outils D’Analyse dês Contenus Mathématiques á enseigner au lycée et á l’Université. Recherches em Didactique dês Matématiques, Vol.18, n.2, pp.139-190.
Santos, A. A. (2019, no prelo). O uso do software estatístico R e a construção do Letramento Estatístico de alunos em cursos de graduação. (Dissertação de Mestrado). São Paulo: Pontifícia Universidade Católica.
Shaughnessy, J. M. (2007). Research on statistics learning and reasoning. In F. K. Lester (Eds.) Second handbook of research on mathematics teaching and learning (pp. 957-1006). Greenwich: NCTM.
Silva, E. M. C. (2013). Como são propostas pesquisas em livros didáticos de ciências e matemática dos anos iniciais do ensino fundamental. (Dissertação de Mestrado). Recife: Universidade Federal de Pernambuco.
Simone Neto, F. (2006). Análise do letramento estatístico nos livros didáticos do Ensino Médio. (Dissertação de Mestrado). São Paulo: Pontifícia Universidade Católica.
Skovsmose, O. (1996). Critical mathematics education. In: International Handbook of Mathematics Education. Springer, Dordrecht, p. 1257-1288.
Skovsmose, O. (2001). Educação Matemática Crítica: a questão da democracia. Campinas: Papirus.
Skovsmose, O; Alro, H. (2006). Diálogo e aprendizagem em educação matemática. Belo Horizonte: Autêntica.
Wada, R. S. (1996). Estatística e Ensino: um estudo sobre representação de professores do 3º grau. (Tese de Doutorado). Campinas: Universidade Estadual de Campinas.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista).