Tecendo relações entre sentido e não-sentido na cognição enativa

Autores

  • Renata Fischer da Silveira Kroeff Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Póti Quartiero Gavillon Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Cleci Maraschin Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.5007/2178-4582.2019.e58019

Resumo

Neste artigo, discutimos a definição de não-sentido e sua relação com a produção de sentido na teoria enativa da cognição. Tomamos como ponto de partida a publicação “Enactive Cognition at the Edge of Sense-Making: Making Sense of Non-Sense”, organizada por Massimiliano Cappuccio e Tom Froese, por ser uma obra pioneira em relação ao tema. A importância da produção de sentido para a relação entre percepção e ação é abordada a partir de diferentes aspectos. Discutimos as proposições centrais das teorias da autopoiese e da enação, a partir das quais são produzidas três formas de compreender o não-sentido segundo uma perspectiva enativa. Nessas três abordagens, os autores contemporâneos sugerem que o não-sentido se constitui como elemento intermediário ou mediador em processos de produção de sentido. Por fim, discutimos a relação entre não-sentido e sentido, sugerindo uma articulação entre os domínios sensório-motor e linguístico a partir de uma definição não antagônica de saber-sobre e saber-fazer.

Biografia do Autor

Renata Fischer da Silveira Kroeff, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutoranda e Mestre em Psicologia Social e Institucional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Integrante do Núcleo de Pesquisas em Ecologias e Políticas Cognitivas (NUCOGS/UFRGS).

Póti Quartiero Gavillon, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutorando e Mestre em Psicologia Social e Institucional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Integrante do Núcleo de Pesquisas em Ecologias e Políticas Cognitivas (NUCOGS/UFRGS).

Cleci Maraschin, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professora do Programa de Pós-graduação em Psicologia Social e Institucional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Coordenadora do Núcleo de Pesquisas em Ecologias e Políticas Cognitivas (NUCOGS/UFRGS).

Referências

BEATON, M. Learning to perceive what we do not yet understand: letting the world guide us. In: CAPPUCCIO, M.; FROESE, T. (Eds.). Enactive Cognition at the Edge of Sense-Making. [S.l.]: Palgrave Macmillan UK, 2014, p. 153-180.

BITBOL, M. Making sense of non-sense in physics: the quantum koan. In: CAPPUCCIO, M.; FROESE, T. (Eds.). Enactive Cognition at the Edge of Sense-Making. [S.l.]: Palgrave Macmillan UK, 2014, p. 61-80.

CAPPUCCIO, M.; FROESE, T. (Eds.). Enactive Cognition at the Edge of Sense-Making. [S.l.]: Palgrave Macmillan UK, 2014.

CUFFARI, E. C. On being mindful about misunderstandings in languaging: making sense of non-sense as the way to sharing linguistic meaning. In: CAPPUCCIO, M.; FROESE, T. (Eds.). Enactive Cognition at the Edge of Sense-Making. [S.l.]: Palgrave Macmillan UK, 2014, p. 207-237.

DEPRAZ, N. The surprise of non-sense. In: CAPPUCCIO, M.; FROESE, T. (Eds.). Enactive Cognition at the Edge of Sense-Making. [S.l.]: Palgrave Macmillan UK, 2014, p. 125-152.

DI PAOLO, E. A.; ROHDE, M.; DE JAEGHER, H. Horizons for the enactive mind: values, social interaction, and play. In: STEWART, J.; GAPENNE, O.; DI PAOLO, E. A. Enaction: Towards a new paradigm for cognitive science. Cambridge, MA: MIT Press, 2010, p. 33-87.

DIBITONTO, D. No non-sense without imagination: schizophrenic delusion as reified imaginings unchallengeable by perception. In: CAPPUCCIO, M.; FROESE, T. (Eds.). Enactive Cognition at the Edge of Sense-Making. [S.l.]: Palgrave Macmillan UK, 2014, p. 181-203.

DOTOV, D.; CHEMERO, A. Breaking the perception-action cycle: experimental phenomenology of non-sense and its implications for theories of perception and movement science. In: CAPPUCCIO, M.; FROESE, T. (Eds.). Enactive Cognition at the Edge of Sense-Making. [S.l.]: Palgrave Macmillan UK, 2014, p. 37-60.

FROESE, T. From adaptive behavior to human cognition: a review of Enaction. Adaptive Behavior, v. 20, n. 3, p. 209-221, 2012.

FROESE, T., DI PAOLO, E. The enactive approach: Theoretical sketches from cell to society. Pragmatics & Cognition, v. 19, n. 1, p. 1-36, 2011.

FUCHS, T.; DE JAEGHER, H. Enactive intersubjectivity: Participatory sense-making and mutual incorporation. Phenomenology and the Cognitive Sciences, v. 8, n. 4, p. 465-486, 2009.

GONZÁLEZ, J. C. Traditional shamanism as embodied expertise on sense and non-sense. In: CAPPUCCIO, M.; FROESE, T. (Eds.). Enactive Cognition at the Edge of Sense-Making. [S.l.]: Palgrave Macmillan UK, 2014, p. 266-284.

KASTRUP, V. Enatuar. In: FONSECA , T. M. G.; NASCIMENTO, M. L.; MARASCHIN, C. (Org.). Pesquisar na diferença: um abecedário. 1 ed. Porto Alegre: Sulina, v. 1, 2012, p. 85-86.

KASTRUP, V.; TEDESCO, S.; PASSOS, E. Políticas da cognição. Porto Alegre: Sulina, 2008.

MATURANA, H. R. Cognição, ciência e vida cotidiana. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2001.

MATURANA, H. R.; VARELA, F. De máquinas e seres vivos: autopoiese – a organização do vivo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

MATURANA, H. R.; VARELA, F. A árvore do conhecimento: as bases biológicas da compreensão humana. Tradução de Humberto Mariotti e Lia Diskin. São Paulo: Palas Athenas, 2002.

MERRITT, M. Making (non) sense of gender. In: CAPPUCCIO, M.; FROESE, T. (Eds.). Enactive Cognition at the Edge of Sense-Making. [S.l.]: Palgrave Macmillan UK, 2014, p. 285-306.

SHORT, W. M.; SHEARIN, W.; WELCHMAN, A. Deleuze and the enaction of non-sense. In: CAPPUCCIO, M.; FROESE, T. (Eds.). Enactive Cognition at the Edge of Sense-Making. [S.l.]: Palgrave Macmillan UK, 2014, p. 238-265.

VARELA, F. O reencantamento do concreto. In: PELBART, P. P.; COSTA, R. (Org.). Cadernos de subjetividade: o reencantamento do concreto. São Paulo: Hucitec Educ, 2003, p. 71-86.

VARELA, F.; THOMPSON, E.; ROSCH, E. A mente incorporada: ciências cognitivas e experiência humana. Porto Alegre: Artmed, 2003.

Downloads

Publicado

2020-07-08

Edição

Seção

Artigos