Governo das condutas e subjetividades contemporâneas: o biocapital em questão

Autores

  • Renata Rodrigues Mestranda de Estudos da Cultura Contemporânea/Universidade Federal de Mato Grosso.
  • Dolores Galindo Profa. de Psicologia Social/Universidade Federal de Mato Grosso.
  • Flávia Cristina Silveira Lemos Professora de Psicologia Social/Universidade Federal do Pará.
  • Marcos Nalli Prof. de Filosofia/Universidade Estadual de Londrina.
  • Daniella Soares Santos Profa. de Enfermagem/Universidade de Brasília.

DOI:

https://doi.org/10.5007/2178-4582.2015v49n2p41

Resumo

Neste artigo, pretende-se analisar a produção do mercado da saúde por meio da indústria farmacêutica, da gestão de riscos/perigos, da venda e compra de serviços biomédicos variados, no neoliberalismo atual. O governo da vida, na biopolítica, que emerge a partir da segunda metade do século XIX, traz o acontecimento gestão da saúde para o primeiro plano das práticas sociais, em nome do fazer viver e do deixar morrer, como acontecimento história da gerência da população. Trata-se de um estudo teórico a partir de operadores históricos genealógicos, baseado em Michel Foucault e em outros autores contemporâneos, os quais analisaram os processos biopolíticos enquanto biocapital, na governamentalidade neoliberal do empresariamento da vida.

Biografia do Autor

Renata Rodrigues, Mestranda de Estudos da Cultura Contemporânea/Universidade Federal de Mato Grosso.

Psicóloga. Mestranda de Estudos da Cultura Contemporânea/Universidade Federal de Mato Grosso.

Dolores Galindo, Profa. de Psicologia Social/Universidade Federal de Mato Grosso.

Psicóloga/Universidade Federal de Pernanbuco. Mestre e Doutora em psicologia social/Pontifícia Universidade Católica-SP. Profa.de Psicologia Social/Universidade Federal de Pernanbuco. Docente no Programa de Pós-graduação de Estudos da Cultura Contemporânea/Universidade Federal de Mato Grosso.

Flávia Cristina Silveira Lemos, Professora de Psicologia Social/Universidade Federal do Pará.

Psicóloga/Universidade Estadual Paulista. Mestre em Psicologia Social/UNESP. Doutora em História/UNESP. Bolsista de produtividade em pesquisa CNPq2. Profa. adjunta IV de psicologia social/Universidade Federal do Pará.

Marcos Nalli, Prof. de Filosofia/Universidade Estadual de Londrina.

Filósofo. Mestre em Psicologia/Universidade Estadual de Maringá e Doutor em Filosofia/Universidade Estadual de Campinas. Prof. de filosofia/Universidade Estadual de Londrina na graduação e na pós-graduação.

Daniella Soares Santos, Profa. de Enfermagem/Universidade de Brasília.

Doutoranda em saúde coletiva/Universidade de Brasília. Profa. de enfermagem/Universidade de Brasília.

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Publicado

2015-11-15

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Seção

Artigos