Burnout e Perspectiva Clínica: Contribuições do Existencialismo e da Sociologia Clínica
Resumo
O objetivo deste artigo é contribuir para o avanço de uma perspectiva clínica sobre o fenômeno de burnout, a partir do existencialismo e da sociologia clínica. Apesar de o fenômeno de burnout ser, atualmente, muito pesquisado no domínio da psicologia organizacional e do trabalho, quando se trata de compreender seu processo de desenvolvimento evidencia-se ainda uma zona largamente desconhecida. Buscaremos, dessa forma, formular certas bases conceituais com o intuito de apreender o sujeito em sua historicidade individual em relação à realidade sócio-organizacional e,
como forma de abordar o processo de desenvolvimento do fenômeno de burnout. Para esse propósito, certas noções da sociologia clínica francesa e do existencialismo sartreano serão utilizadas por permitirem teorizar sobre o processo psíquico de burnout em sua implicação com os níveis organizacional e sócio-histórico. Por fim, este artigo finaliza com a proposição de quatro hipóteses teóricas sustentando que o processo de desenvolvimento de burnout é capaz de revelar um fracasso no nível do projeto, resultante das novas formas de gerenciamento e organização do trabalho no atual modo de produção flexível.
Palavras-chave: burnout, esgotamento emocional e trabalho, sociologia clínica, existencialismo.