Crenças no trabalho: diferenças entre acadêmicos e dirigentes de empresas

Autores

  • Livia de Oliveira Borges UFRN - Natal - RN

Resumo

As mudanças recentes do mundo do trabalho alimentam dúvidas sobre quais crenças persistem entre as pessoas. Um estudo americano identificou empiricamente a persistência de cinco sistemas – ética do trabalho, crenças organizacionais, crenças marxitas, crenças humanistas e ética do lazer – e o fortalecimento dos dois últimos. Objetivando diagnosticar os sistemas mais valorizados por dirigentes de empresas e acadêmicos (professores, gestores e profissionais de nível superior) no Brasil, aplicou-se questionário estruturado em uma amostra de 553 participantes. Examinaram-se as respostas mediante análise fatorial, identificando 5 fatores, dos quais o primeiro (? = 0,81) indica marcante tendência humanista na mesma direção do estudo americano. Os demais fatores são menos consistentes (Alfa de Cronbach de 0,60 a 0,71), diferem do estudo americano em seus conteúdos e revelam rejeição à ética do lazer. Comparando os escores fatoriais dos acadêmicos em relação aos dirigentes de empresas, os primeiros tendem a apresentar escores mais elevados no segundo fator, o qual ressalta as desigualdades sociais e a importância da participação. Por fim, reporta-se ao caráter histórico das crenças no trabalho e às peculiaridades nacionais para explicar tais resultados.

Biografia do Autor

Livia de Oliveira Borges, UFRN - Natal - RN

Graduação em Psicologia pela UFRN (1982), mestrado em Administração pela UFRN (1988) e doutorado em Psicologia pela UnB (1998) e estágio pós-doutoral em Psicologia Social pela Universidade Complutense de Madri (2005). É professora da UFRN.

Mais informações: Currículo Lattes - CNPq.

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Publicado

2001-01-01

Edição

Seção

Artigos