Condições de trabalho, vida e saúde de trabalhadores de comércio em shopping center

Autores

  • Maria Marcela Fernández de Claro FURB - Blumenau - SC
  • Sílvio Paulo Botomé UFSC - Florianópolis - SC
  • Olga Mitsue Kubo UFSC - Florianópolis - SC

Resumo

A "subproletarização" – trabalhos parciais, temporários, precários e sub-contratados –caracteriza as relações de trabalho encontradas principalmente em cidades turísticas. Com o objetivo de caracterizar alguns aspectos das condições de vida, trabalho e saúde de trabalhadores do comércio varejista e de comportamentos apresentados em local de trabalho, foram entrevistados 20 vendedores de lojas em um shopping center e realizadas observações direta de oito vendedores de lojas no mesmo local, durante o período de baixa estação. Percebeu-se que o predomínio é de mulheres, com média de idade de 26 anos, com participação na renda familiar de mais de 50%, baixo nível salarial e com pouca tempo de serviço no local. A maioria desses vendedores sentem-se satisfeitos com seu trabalho, e dizem ter boas condições de saúde. Os dados obtidos por meio da observação dos comportamentos de vendedores em seus locais de trabalho permitiu revelar que, entre os comportamentos quando da ausência de clientes, as categorias que apresentaram mais ocorrências foram as de distração (46%), de espera (44%) e de locomoção (43%); o comportamento relacionado a arrumar a loja teve menos ocorrências (15%). Dentre os comportamentos do vendedor em relação ao cliente, as categorias que mais aparecem foram as de pronto atendimento (28%) e, durante o atendimento ao cliente, as que mais ocorreram foram aquelas caracteristicamente de vender (19%) e de interação com o cliente (11%). Os dados permitem concluir que esses funcionários parecem possuir boas condições de vida e saúde; entretanto, no trabalho têm baixo nível salarial e pouco tempo de serviço no emprego. A partir dos dados obtidos na observação direta, foi possível concluir que a atividade primordial para a qual são contratados é a venda, e que não parece haver atividades substitutivas para eles em períodos de pouco movimento de clientes e durante a baixa estação.

Biografia do Autor

Maria Marcela Fernández de Claro, FURB - Blumenau - SC

Graduação em Psicologia pela UNIVALI (2000) e mestrado em Psicologia pela UFSC (2002). Doutoranda do Programa de Pós-Graduação da UFSC. Atualmente é coordenadora e professora titular do curso de Psicologia do IBES e professora do Departamento de Psicologia da FURB.

Mais informações: Currículo Lattes - CNPq.

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Publicado

2003-01-01

Edição

Seção

Artigos