O Ulysses de Joyce reescrito por Houaiss: problemas de tradução e as soluções encontradas

Autores

  • Aureo Lustosa Guérios Neto Universidade Federal do Parana

DOI:

https://doi.org/10.5007/1980-4237.2010n8p336

Resumo

O objetivo do presente trabalho é o de avaliar criticamente os méritos e deméritos da tradução brasileira do Ulysses de James Joyce feita por Antônio Houaiss. O recorte do corpus que serve de base para a reflexão crítica é constituído pelos três primeiros episódios do Ulysses, no original e na tradução. Já a referência teórica sobre a qual se constrói a argumentação é o texto O Discurso no Romance de Mikhail Bakhtin. A reflexão não se circunscreve apenas ao texto traduzido em si, mas também toma como relevantes alguns dados biográficos que ligam Houaiss ao Ulysses. A argumentação do trabalho caminha dualmente, levantando pontos positivos e negativos da tradução em exame. Entre os pontos positivos foram levantados: a erudição afiada de Houaiss, o resultado final admirável dadas as condições precárias de trabalho, e a divulgação de uma obra tão importante. Já entre os pontos negativos foram identificados: a pouca experiência de Houaiss como tradutor, sua criação de uma fala coloquial artificial, o descuido editorial, e as poucas notas de rodapé da edição. Este trabalho se conclui, então, qualificando o projeto tradutológico de Houaiss, ainda que muito audaz, como paradoxal e pouco congruente.

Biografia do Autor

Aureo Lustosa Guérios Neto, Universidade Federal do Parana

Possui graduação em Letras Português e Italiano (bacharelado em Estudos da Tradução) pela Universidade Federal do Paraná (2009). Atualmente cursa a graduação em Latim (bacharelado em Estudos Literários), também pela UFPR.

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Publicado

2010-01-01

Edição

Seção

Dossiê : Ulysses Traduzido ao Português (co-organizado por Gustavo Althoff, Mauri Furlan e Jolanta Wawrzycka)