Conversação eletrônica em trabalhos de arte e tecnologia

Autores

  • Fábio Oliveira Nunes Pós-doutorando no Instituto de Artes da UNESP. Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

DOI:

https://doi.org/10.5007/1807-9288.2013v9n2p76

Resumo

Este artigo propõe uma reflexão em torno das dinâmicas de conversação eletrônica presentes em trabalhos de arte e tecnologia. Estas produções possuem sistemas que respondem a sentenças de seus interlocutores com proposições inteligíveis, dentro da ideia de uma linguagem natural, imitando uma conversa entre humanos. Essa conversação pode ser por texto ou mesmo por voz, quando o sistema possui recursos de reconhecimento de fala. Quando fruídos estes trabalhos revelam um interessante fenômeno, chamado de “Efeito Eliza”: a tendência humana de antropomorfizar os dispositivos tecnológicos, lendo comportamentos e respostas como resultados de uma “emoção humana” ainda que estes sejam apenas resultados aleatórios, repetitivos ou mesmo vazios de sentido. A denominação remete ao programa Eliza, apresentado em 1966 pelo cientista da computação alemão Joseph Weizenbaum nos Estados Unidos, que viria a ser um dos programas de Inteligência Artificial mais conhecidos do mundo. Do ponto de vista técnico, alguns destes trabalhos se aproximam muito da engenharia dos chatbots – robôs de conversação – que atualmente são bastante comuns na rede Internet para fins educacionais, comerciais ou mesmo, de entretenimento, como um “amigo virtual”. Neste contexto, é apresentada uma suposta teleperformance, capitaneada por um “artista tecnológico” chamado Mimo Steim. Assim como outras incursões do gênero, a ação envolve o potencial relacional de sistemas de conversação eletrônica em trabalhos de arte e tecnologia.

Biografia do Autor

Fábio Oliveira Nunes, Pós-doutorando no Instituto de Artes da UNESP. Bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

FÁBIO OLIVEIRA NUNES é artista multimídia, designer digital e professor universitário, atuando entre outras áreas, nos estudos de hipermídia, web arte, arte mídia e poéticas da visualidade. É Doutor em Artes na Escola de Comunicações e Artes da USP e Mestre em Multimeios na UNICAMP.

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Publicado

2013-12-10

Edição

Seção

Artigos