Pierre Menard, Tradutor Logocêntrico: uma reavaliação da análise de Rosemary Arrojo de “Pierre Menard, autor del Quijote”

Autores

  • Fabiano Seixas Fernandes Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7968.2017v37n2p55

Resumo

Este artigo reavalia a leitura feita pela teórica brasileira Rosemary Arrojo do conto “Pierre Menard, autor del Quijote”, do escritor argentino Jorge Luis Borges; propõe que suas conclusões sobre o conto podem ser excessivas, e questiona até que ponto o conto pode ser lido como uma obra sobre tradução. A primeira seção esquematiza brevemente a visão da desconstrução sobre a linguagem, e o trabalho de Arrojo; a segunda resume a análise que faz Arrojo do conto, conforme aparece em seu Oficina de tradução; a terceira expões suas limitações: sua natureza alegórica, seu embasamento em uma problemática amálgama entre leitura, interpretação e tradução, as dificuldades em se alinhar o conto aos pressupostos centrais do logocentrismo e as contradições internas do logocentrismo; a seção final avalia o papel de um comentário de George Steiner para a formação da opinião de que o conto versa sobre tradução.

Biografia do Autor

Fabiano Seixas Fernandes, Universidade Federal de Santa Catarina

Possui graduação em Licenciatura em letras: inglês (1999) e Doutorado em Literatura (2004), ambos pela Universidade Federal de Santa Catarina. Atualmente, realiza estágio pós-doutoral, iniciado no segundo semestre de 2016, na Pós-Graduação em Estudos da Tradução, centrado na tradução de “Comus” (1634), de John Mclton.Florianópolis,Santa Catarina, Brasil. E-mail: fbnfnds@gmail.com

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Publicado

10-05-2017

Como Citar

Fernandes, F. S. (2017). Pierre Menard, Tradutor Logocêntrico: uma reavaliação da análise de Rosemary Arrojo de “Pierre Menard, autor del Quijote”. Cadernos De Tradução, 37(2), 55–79. https://doi.org/10.5007/2175-7968.2017v37n2p55

Edição

Seção

Artigos