Carlos Jansen e a vulgarização literária para a mocidade

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7968.2015v35n2p102

Resumo

Neste artigo, estudamos as traduções de Carlos Jansen para a mocidade – faixa etária que corresponde aproximadamente aos conceitos contemporâneos de pré-adolescência e adolescência –, realizadas em fins do século XIX. Jansen foi pioneiro ao traduzir, em português brasileiro, obras para a juventude, entre as quais romances de Swift, Defoe e Cervantes. Suas versões, amplamente adaptadas, tinham finalidade pedagógica, servindo como material de leitura para crianças e jovens que frequentavam as escolas – daí ter sido qualificado por críticos da época como vulgarizador. A pesquisa compreendeu a análise de periódicos publicados entre 1880 e 1899, disponíveis na Hemeroteca Digital Brasileira, da Biblioteca Nacional, que fornecem dados sobre a divulgação e a recepção de suas obras. Propomos enriquecer as pesquisas históricas sobre a literatura infantil e juvenil no Brasil e avaliar em que medida o projeto pedagógico de Jansen regeu suas práticas tradutórias.

 

Biografia do Autor

Lia Araujo Miranda Lima, Universidade de Brasília - UNB

Mestre em Estudos da Tradução pela Universidade de Brasília (2015). Graduada em Letras-Tradução pela Universidade de Brasília (2008), com habilitação em Francês, e em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (2004), com habilitação em jornalismo. Brasília, Distrito Federal, Brasil.

Germana P.H. de Sousa, Universidade de Brasília- UNB

Possui diploma de Licence en Portugais - Université de Rennes 2 - Haute Bretagne (1987), de Licence en Français Lettres Modernes - Université de Rennes 2 - Haute Bretagne (1988), Maitrise en Lettres Modernes - Université de Rennes 2 - Haute Bretagne (1989), Mestrado em Literatura pela Universidade de Brasília (1998) e Doutorado em Teoria Literária pela Universidade de Brasília (2004). Bolsista de PDE/CNPq - Pós Doutorado na Université de Rennes 2 - Haute Bretagne em Estudos da Tradução (2006-2007) e Pós-Doutorado na Pós-Graduação em Estudos da Tradução - PGET/UFSC e Université de Montréal UdeM/ Canadá (2013). Atualmente é Professora Adjunto IV da Universidade de Brasília, Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução. Brasília, Distrito Federal, Brasil.

Referências

ARROYO, Leonardo. Literatura infantil brasileira. São Paulo: Melhoramentos, 1990. 10ª ed.

ASSIS, Machado de. Obra Completa de Machado de Assis, Rio de Janeiro: Nova Aguilar, vol. III, 1994. Texto publicado como prefácio a Contos seletos das mil e uma noites, Rio de Janeiro, Laemmert & C., s/d. Republicada na Revista do Brasil, junho de 1939. Disponível em: http://machado.mec.gov.br/images/stories/pdf/critica/mact30.pdf. Acesso em 17/08/2015.

AZEVEDO, Arthur. De palanque. Diário de Notícias, 31/12/1886, n. 571 p. 1. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=369365&PagFis=2327. Acesso em 13/08/2015.

BARBOSA, Rui. Obras completas de Rui Barbosa. Vol. XIV 1887 Tomo I. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Cultura, 1955.

CASANOVA, Pascale. A República Mundial das Letras. São Paulo: Estação Liberdade, 2002. Trad. Marina Appenzeller.

COELHO, Nelly Novaes. Panorama histórico da literatura infantil/juvenil: das origens indo-europeias aos Brasil contemporâneo. Barueri: Manole, 2010. 5ª ed.

FARIA, Gentil de. As primeiras adaptações de Robinson Crusoe no Brasil. in Revista Brasileira de Literatura Comparada, n. 13. São Paulo: Abralic, 2008.

GAMBIER, Yves. Adaptation: une ambiguïté à interroger. Meta: journal des traducteurs, vol. 37, n. 3, 1992, p. 421-425. Disponível em: http://www.erudit.org/revue/meta/1992/v37/n3/002802ar.html?vue=resume. Acesso em: 06/11/2014.

HOHLFELDT, Antônio. Deus escreve direito por linhas tortas: o romance-folhetim dos jornais de Porto Alegre entre 1850 e 1900. EDIPUCRS: Porto Alegre, 2003.

JÚNIOR, Araripe. Viagens de Gulliver. A Semana, ano 4, v. 4, n. 167-168, p. 73-74. Rio de Janeiro, 08/04/1888. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=383422&PagFis=1323. Acesso em 07/08/2015.

LAJOLO, Marisa; ZILBERMAN, Regina. Literatura infantil brasileira: História e Histórias. 6ª Ed. São Paulo: Ática, 2007.

MAGALHÃES, Valentim. A Redação do D. Quixote. Diário de Notícias, ano II, n. 568 p. 1. Rio de Janeiro, 28/12/1886a. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=369365&PagFis=2315. Acesso em 13/08/2015.

__________________. Mau procurador, Diário de Notícias, ano II, n. 570 p. 1. Rio de Janeiro, 30/12/1886b. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=369365&PagFis=2323. Acesso em 13/08/2015.

MONTELLO, Josué. Na casa dos quarenta, São Paulo: Martins, 1967

OITTINEN, Riitta. Translating for children. New York: Garland Publishing, Inc., 2002.

ROSA, Gama. In-folios e folhetos. Gazeta da Tarde, , Ano III, n. 277, p. 2. Rio de Janeiro, 04/12/1882. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=226688&PagFis=2480. Acesso em 18/08/2015.

SHAVIT, Zohar. Poetics of children’s literature. Atenas e Londres: The University of Georgia Press, 1986.

TÁVORA, Franklin. Notas bibliográficas: Geografia e Física, Geologia e Astronomia, opúsculos elementares de A. Geikie e N. Lockier, adaptados ao português por Carlos Jansen. Revista Brasileira, 1º ano, Tomo IV, p. 357. Rio de Janeiro, 1880. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=139955&PagFis=3740. Acesso em 18/08/2015.

Downloads

Publicado

01-10-2015

Como Citar

Lima, L. A. M., & Sousa, G. P. de. (2015). Carlos Jansen e a vulgarização literária para a mocidade. Cadernos De Tradução, 35(2), 102–123. https://doi.org/10.5007/2175-7968.2015v35n2p102

Edição

Seção

Artigos