O homem multipartido e o descuido com a subjetividade

Autores

  • Sandra Makowiechy

Resumo

Uma civilização como a nossa que nega e destrói constantemente a vida da imaginação, e não compreende a subjetividade, segue o inevitável destino de se tornar inexpressiva, paralisada e neutralizada. Tornou-se manifesto que tudo o que diz respeito à arte e à cultura deixou de ser evidente, tanto nelas mesmas como na relação com o todo. A autonomia destas manifestações partia da idéia de humanidade. Com a sociedade cada vez menos humana (com a nossa ajuda, dos intelectuais, das ciências humanas, que falam do sujeito como se ele não estivesse ali), os lugares a elas reservados tornaram-se incertos. Neste trabalho, o desafio a que me proponho é o de realizar uma síntese interdisciplinar entre arte e pensamento político, tendo como eixo que os liga, a subjetividade e possíveis formas irracionais de pensar. Atualmente, as questões do desejo e da motivação estão sendo discutidas como elementos essenciais na construção do saber. A busca da objetividade e neutralidade das ciências está sendo contestada e a recusa das artes em distanciar-se da subjetividade e da paixão começou a incorporar-se no discurso mais atual da ciência. Será que estamos vivendo uma época privilegiada onde o saber científico e o saber artístico podem se encontrar num espaço comum?

Downloads

Publicado

2001-01-01

Edição

Seção

Artigos