Formas irracionais de pensar: o pensamento místico
Resumo
Podemos constatar manifestações do pensamento místico desde os primórdios da história humana. Este pensamento não restringe-se à uma época ou à uma região. Por isso não seria exagero dizer que o pensamento místico tem mais traços intertemporais e interculturais do que o racionalismo científico que foi essencialmente um produto do pensamento metafísico ocidental. A mística faz a ponte entre oriente e ocidente, ela expressa uma experiência tal fundamental que não deixou-se encapsular em uma das grandes religiões mundiais, nem deixou-se expulsar delas, apesar das ondas racionalizantes que também os grandes sistemas religiosos sofreram, em grau e intensidade distinto. O irracionalismo da mística cristã medieval possui certa evidência. Exatamente isto dificulta o seu entendimento dentro dos padrões do racionalismo ocidental e de uma mente treinada à racionalizar e identificar estruturas e estruturações inteligíveis. Esta dificuldade não apresenta-se somente como tal, i.e. como a mera incapacidade de entender um determinado fenômeno. Não-entendimento e repúdio daquilo que eu não entendo andam, no caso da mística, frequentemente juntos. A impressionante habilidade que o homem ganhou quando começava aplicar os conhecimentos científicos no campo do trabalho, e o imenso crescimento dos seus conhecimentos na exploração do mundo, contribuíram para o esquecimento gradual mas progressivo das irrracionalidades que fundamentam e envolvem o seu fazer. Parece oportuno nos lembrar daquilo que não está na alcance das nossas mãos e dos nossos cálculos racionalizantes. Lembrar-se é somente possível quando ainda têm vestígios na nossa alma daquilo que esquecemos. Um desses vestígios é um conceito que ainda está presente no pensamento contemporâneo e que nos diz ainda "alguma coisa", apesar da decadência dos grandes sistemas religiosos; é o conceito do sagrado. Este parece está carregando a memória da pré-modernidade.Downloads
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Copyright (c) 2000 Franz Josef Bruseke
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