Emily Dickinson: a irmã de Shakespeare
DOI:
https://doi.org/10.5007/fragmentos.v34i0.8838Resumo
Dickinson viveu numa sociedade que cultivava a ideologia da
domesticidade, a qual esperava que as mulheres se submetessem incondicionalmente aos desejos e às necessidades dos homens, já que eles representavam o poder no lar, na igreja, na política e na economia. Sua poesia deve ser abordada sem os estereótipos que impedem o resgate sócio-cultural e estético de sua obra. Havendo sido desencorajada a publicar por não se adequar aos padrões literários femininos de sua época, ela apresentou de maneira oblíqua muitas das idéias que desejava expressar, optando assim por preservar sua integridade poética num mundo em que a criatividade e a independência eram negadas às mulheres. Em seus poemas, podemos ler uma tensão contida, gerada pela opressão a que as mulheres se viam compelidas. Ao utilizar uma linguagem original e concisa, constituída de imagens impactantes e metáforas particulares, Dickinson inaugurou um novo estilo poético que é aberto a muitas possibilidades de interpretação. Portanto, em virtude da forma diferenciada com que escreveu, não pode ser rotulada como poeta representativa da tradição literária feminina de sua época, que era voltada para o gosto popular e se apresentava eivada de conservadorismo e sentimentalismo.
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